Depois de 20 anos onde o mercado imobiliário foi o motor económico do país, a China procura agora evitar a sua versão da crise do Lehman Brothers que atingiu os Estados Unidos (e não só) em 2008. No epicentro desta turbulência no país está o processo de liquidação do grupo Evergrande, segundo relata o espanhol “El Economista”.
A segunda maior empresa imobiliária do país entrou em processo de liquidação com uma dívida de 277 mil milhões de euros e terá de começar a liquidar as suas dívidas aos credores. Um cenário que poderá levar a uma descida acentuada nos preços das casas, algo que irá impactar a economia do país.
“Chegou a hora de dizer basta”. Esta foi a decisão de um tribunal de Hong Kong perante a atual situação financeira do grupo imobiliário que conta com 221 mil milhões de euros em ativos. Uma situação que tem potencial para causar um efeito dominó nas bolsas de valores chinesas em colapso, embora os especialistas apontem que o processo de dissolução do promotor imobiliário mais endividado do mundo será longo e com vários obstáculos pela frente.
As autoridades políticas chinesas tentam travar uma crise que tem no mercado imobiliário o seu ponto principal. Na segunda-feira, a Evergrande suspendeu as negociações em bolsa depois de uma quebra de 21%. O jornal espanhol recorda um artigo publicado em 2023 por Lerong Lu e Anat Kellet, economistas do King’s College London, de que “a crise da dívida de Evergrande também pode levar à acumulação de vulnerabilidades nos sectores imobiliário, bancário e financeiro”.
A queda da Evergrande surge numa altura em que a segunda maior economia do mundo ainda se encontra a recuperar dos impactos sofridos pela pandemia da Covid-19. O sector imobiliário na China tem sido um importante motor de crescimento nas últimas duas décadas, ajudando o país a aproximar-se do crescimento económico de dois dígitos.
Por outro lado, a economia chinesa cresceu apenas 5,3% no ano passado, graças em parte às exportações e impactada pelo elevado desemprego nos jovens e ao agravamento da crise imobiliária. Em 2023, as vendas de casas novas das 100 maiores empresas imobiliárias caíram mais de um terço, para 59 mil milhões de euros.
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