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“Já não é expectável” a banca demorar meses para dar uma resposta aos clientes

“A concorrência existe, temos de ser expeditos”, disse Luís Filipe Barbosa da PWC.
1 Fevereiro 2024, 11h59

O sector da banca tem de acelerar para dar respostas cada vez mais rápidas aos seus clientes. O grau de exigência tem de manter-se, mas a concorrência espreita, e quem não pisar no acelerador, arrisca-se a ficar para trás.

O alerta foi feito por Luís Filipe Barbosa, consultor da PWC, durante o Fórum Banca 2024 organizado pelo Jornal Económico que teve hoje lugar em Lisboa.

“Hoje em dia é inevitável que, perante os nossos clientes, termos um conjunto de semanas para ter uma decisão formalizada. Já não é expectável ter meses de análise. A concorrência existe, está aqui nesta sala, temos de ser expeditos nesta matéria”, afirmou o responsável na sua apresentação “Outlook do sector bancário: tendências, desafios e oportunidades”.

“Não há banca sem foco no cliente”, defendeu, avisando que os bancos têm de definir “onde cada um” quer “diferenciar-se perante os seus clientes”, afirmou.

“Nem todos os clientes têm business plans fundamentados. O processo de decisão terá de ser cada vez mais rápido”, salientou na apresentação.

O consultor considera que um processo de decisão mais rápido passa por uma maior integração: “passa por entregar vários sistemas de dados, um processo estruturado de recolha de business plans, apoiar empresas numa estrutura usual de um business plan, ter o carregamento destes planos, ter as vossas projeções, informação histórica de vários sectores, e desafiar o próprio business plan. Temos de ser desafiados sobretudo porque somos nós que estamos a financiar. Esta evolução da sistematização da informação, o aumento da literacia das PME, é claramente uma tendência”.

Nesta parte, o responsável também destacou que é preciso “desenvolver planos de financiamento robustos e credíveis, bem como planos de contingência para choques de liquidez de curto prazo” e assegurar uma “gestão adequada das posições de risco da taxa de juro”.

Olhando para o futuro, o responsável apontou que a “tendência para este ano é a mesma preocupação em antecipar riscos. Se em 2022 estávamos preocupados com o pós-pandemia, hoje em dia estamos preocupados com as taxas de juro”.

Sobre os riscos emergentes, identificou a “transição climática, transformação digital e tensão geopolítica”.

Em termos macroeconómicos, alertou que este ano poderá ser marcado por uma “soft landing”, com “desaceleração das taxas de juro, grande abrandamento económico”. Esta nova realidade vai colocar à prova as ferramentas de avaliação de riscos de taxas de juro e crédito spread”.

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