As notas de euro que tem podem ter percorrido vários quilómetros até chegarem à sua carteira. Segundo o Banco de Portugal, o processo de produção destas notas que entraram em circulação no dia 1 de janeiro de 2002 tem vários passos e até pode ter início fora de Portugal, consoante o valor da nota em questão. Por exemplo, as notas de 50 euros são feitas em França, na Alemanha ou em Itália.
Primeiro passo: decidir quantas notas são decididas
Todos os anos, os bancos centrais dos países que integram a Zona Euro, isto é, os 19 Estados-Membros da União Europeia que utilizam a moeda única, calculam as necessidades de notas dos respetivos países. Em território, cabe ao Banco de Portugal, o regulador bancário, estimar quantas notas novas são necessárias para substituir aquelas que se deterioraram. Além disso, o número de novas notas depende ainda de “aumentos da procura mais ou menos previsíveis”, diz o Banco de Portugal. “Por exemplo, um aumento do número de visitantes estrangeiros”.
A avaliação sobre quantas notas novas são necessárias em cada país é feita por denominação, ou seja, “aponta quantas notas dos diferentes valores são necessárias”, explica o Banco de Portugal. Em território nacional, as notas mais utilizadas são as notas de 10 e de 20 euros enquanto na Zona Euro são as notas de 20 e 50 euros.
Depois de apurarem as necessidades dos respetivos países, os bancos centrais nacionais enviam as suas avaliações para o Banco Central Europeu (BCE), incumbindo-lhe calcular “as necessidades globais de produção de notas”.
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Segundo passo: produzir as notas euro
Em seguida, os bancos centrais nacionais informam o BCE sobre as denominações das notas em falta, ou seja, quantas notas e de que valor é que necessitam porque “cabe ao BCE atribuir aos bancos centrais nacionais as quotas de novas notas a produzir”.
Por instruções do BCE, um grupo de bancos centrais nacionais fica a cargo de produzir “uma proporção específica da produção anual de novas notas” e podem imprimir notas de apenas um ou vários valores. Segundo o Banco de Portugal, existem onze fábricas de alta segurança na Europa que produzem as notas de euro. “A impressão é feita respeitando os acordos de produção partilhada e um sistema comum de controlo de qualidade, para assegurar padrões uniformes de todas as notas de euro”.
O Banco de Portugal explica que lhe tem sido sido “frequentemente” atribuída a produção de notas de 20 ou 5 euros.
Terceiro passo: produção de notas na Valor
A empresa que imprime as notas em Portugal é a Valora e é detida a 100% pelo regulador bancário nacional. No entanto, entre 2015 e 2016, a empresa imprimiu cerca de 142,6 milhões de notas de 50 euros. Ao todo, o Banco de Portugal diz que a Valora imprimiu mais 3.500 milhões de notas de euro desde 1999. Se a nota que tiver no bolso tiver a letra “M” no número de série quer dizer que foi impressa pela Valora.
O Banco de Portugal explica ainda o processo de produção das notas que é “altamente automatizado”.. Assim, o processo tem início “com a preparação das chapas que reproduzem o desenho das notas disponibilizado pelo BCE”. Depois, seguem-se quatro fases de impressão, “a última das quais consiste na numeração e envernizamento”. De seguida, procede-se “ao corte e ao controlo final de qualidade”. Finalmente, surge a embalagem.
Quarto passo: as notas chegam às suas mãos
Os bancos nacionais que ficaram incumbidos de imprimir notas de euro têm ainda de distribuí-las sob a supervisão do BCE, “com a preocupação de evitar situações de escassez ou de excedente num determinado país”. A destribuição pelos países faz-se através da colocação das notas nas suas tesourarias, isto é, as notas entram diretamente a circularem na economia ou, em alternativa, colocam-nas nos bancos comerciais, que fazem as notas chegarem aos seus clientes ao levantarem dinheiro nos balcões ou nas caixas automáticas.
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