A ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, candidata às primárias do Partido Republicano dos Estados Unidos, vai suspender a sua campanha, garantindo que Donald Trump vencerá a nomeação e voltará a enfrentar o presidente democrata Joe Biden nas eleições de novembro.
Haley, segundo fontes que lhe são próximas citadas pela agência Reuters, pedirá a Trump que tente conquistar o apoio dos que estavam ao lado da também ex-embaixadora dos EUA nas Nações Unidas – ou seja, vai deixar uma mensagem de união do partido e não de criação de facções que possam colocar em causa as eleições de novembro.
Fica assim solucionado um enigma que acompanhava Haley: com a sua desistência, faria a agora ex-candidata alguma declaração tendente a não apoiar Trump? A resposta é ‘não’ e o partido segue atrás do ex-presidente, que pode poupar muitos milhares de dólares em marketing para manter viva a ‘chama’ da sua reeleição.
Mas os analistas descobrem aí o principal problema (futuro) de Trump: uma menor pressão sobre o eleitorado até novembro pode abrir caminho a que os indecisos – que tradicionalmente não são muitos nos Estados Unidos – passem para o lado dos democratas. Nada que não seja compensado com os republicanos pró-Haley se estes fossem induzidos a não votarem em Trump.
Ao longo de sua campanha, Haley disse que os Estados Unidos devem ajudar a Ucrânia a defender-se da agressão russa, uma posição em desacordo com Trump – que por uma razão qualquer disse que acabará com a guerra em 48 horas, mais coisa menos coisa. Era, aliás, na frente da política externa que as duas candidaturas mais se afastavam: Trump tem uma visão mais ou menos caótica e imediatista de todos os problemas globais, enquanto Nikki Haley demonstra ter pensamento complexo sobre estas matérias.
Trump “continuará a concentrar-se nas questões que importam: imigração, economia, política externa”, disse Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha do ex-presidente, citada pela imprensa norte-americana, depois de este ter ‘limpado’ 14 das 15 eleições da indicação republicana (não ganhou em Vermont).
O novo embate entre Trump e Biden – uma repetição que não acontecia desde 1956, quando o republicano Dwight D. Eisenhower voltou a enfrentar e voltou a ganhar ao democrata Adlai Stevenson II – colocará em confronto dois políticos que, dizem os jornais norte-americanos, têm baixos índices de aprovação entre os eleitores.
Biden parece ser o que mais sofre com este ‘desamor’: cerca de 75% dos entrevistados numa sondagem da Reuters/Ipsos de fevereiro afirmaram que o atual presidente é demasiado velho para assumir novo mandato, depois de ser já o presidente mais idoso da história do país. Cerca de 50% dos entrevistados disseram o mesmo sobre Donald Trump – mas 25 pontos base são muitos milhares de votos.
Tal como em 2020, a disputa deve agora resumir-se a um punhado de Estados, graças ao sistema do Colégio Eleitoral estadual que determina a eleição presidencial. Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin devem ser disputados em novembro.
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