Sem surpresas, a Reserva Federal norte-americana manteve os juros inalterados pela quinta reunião consecutiva, deixando a política monetária inalterada. A decisão era dada como certa pelo mercado, que se debruça agora sobre o arranque dos cortes de juros.
As taxas diretoras continuam no intervalo entre 5,25% e 5,5%, um máximo de 23 anos que os analistas projetam agora que se irá manter até junho. O mercado chegou a apostar no arranque das descidas de juros já em março, dada a descida da inflação no final do ano passado, mas os dados divulgados no início do ano afastaram essa hipótese.
Recorde-se que a inflação medida pelo índice de preços no consumidor (IPC) subiu inesperadamente em fevereiro até 3,2%, depois de ter ficado em 3,1% em janeiro. O mínimo do atual ciclo registou-se em junho, com 3%, o que sublinha a persistência da pressão nos preços na maior economia mundial.
Ainda assim, a medida preferencial da Fed para avaliar a variação de preços, o índice de gastos pessoais de consumo (PCE), está numa série de quatro descidas consecutivas. A leitura mais recente, de janeiro, aponta para uma inflação homóloga de 2,4%.
O foco do anúncio da Fed recai assim na atualização de projeções macro dos membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FMOC), com destaque para as expectativas relativamente à taxa de juro. Ainda assim, as mudanças relativamente a este ano foram poucas, dado que os responsáveis pela política monetária continuam a antecipar três cortes de 25 pontos base (p.b.) até ao final de 2024, colocando as taxas de referência entre 4,5% e 4,75%.
Para 2025, os membros do FMOC antecipam agora três descidas de juros, ou seja, menos uma do que no anterior exercício de projeções. Para o ano seguinte, a expectativa é de mais três cortes, o que deixaria os juros diretores no longo prazo em 2,6%.
O restante cenário macro projetado para este ano reflete uma aceleração do crescimento face a uma economia mais resistente do que o esperado, suportada por um mercado laboral forte. A Fed aponta a um crescimento de 2,1% em termos anualizados este ano, uma revisão em alta em relação aos anteriores 1,4%, abrandando para 2% em 2025 (em dezembro, o banco central falava em 1,8%).
A projeção para a inflação este ano medida pelo PCE não sofreu alterações, mantendo-se em 2,4%, embora a core tenha sido revista em alta de 2,4% para 2,6%. No que respeita à expectativa para a pressão nos preços, apenas a inflação nominal de 2025 foi atualizada, passando de 2,1% para 2,2%.
[notícia atualizada às 18h10]
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