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Os piores momentos do Governo de António Costa

Das viagens pagas pela Galp e da polémica de António Domingues na CGD, até às tragédias dos incêndios florestais de 2017 e culminando no misterioso caso do furto de armas na base militar de Tancos. Os acontecimentos mais negativos nos três anos do Governo de Costa, em contraste com os resultados económicos positivos.
26 Novembro 2018, 07h40

Agosto de 2016: As viagens de três governantes pagas pela Galp

Surgiu a revelação de que três secretários de Estado viajaram até França, para assistir a jogos da seleção nacional de futebol, a convite e expensas da Galp. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, e o secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira, ainda permaneceram nos cargos. Mas acabaram por se demitir em julho de 2017, antecipando a constituição como arguidos no processo correntemente denominado como “Galpgate” e que ainda está em curso. Em reação a este caso, o Governo criou um Código de Conduta para os seus membros.

 

Novembro de 2016: A breve e atribulada passagem de Domingues pela CGD

No dia 27 de novembro de 2016, menos de três meses após ter iniciado funções, António Domingues apresentou um pedido de demissão do cargo de presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A obrigação de entregar declarações de rendimentos e património no Tribunal Constitucional, como os demais gestores públicos, levou à queda da equipa de Domingues, o qual invocou ter recebido a garantia do Governo de que os novos administradores da CGD seriam isentados dessa obrigação (através de uma alteração legislativa). A controvérsia prolongou-se nos meses seguintes, motivando até a formação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a atuação do Governo nesse atribulado processo. Ficou na memória o “erro de perceção mútuo” com que o ministro das Finanças, Mário Centeno, refutou o alegado acordo de isenção. E também a perceção de um processo mal conduzido pelo Governo.

 

Junho de 2017: A tragédia de Pedrógão Grande e concelhos vizinhos

Deflagrou no concelho de Pedrógão Grande, no dia 17 de junho de 2017, e expandiu-se para vários concelhos vizinhos. Terá sido o maior incêndio florestal de sempre em Portugal e também o mais mortífero. Além das 66 vítimas mortais e mais de 250 feridos, registaram-se elevados prejuízos materiais, com centenas de habitações destruídas e também instalações de empresas. Foi o momento mais difícil para o Governo de António Costa.

 

Junho de 2017: O misterioso assalto à base militar de Bancos

É um caso que ainda está longe de ficar esclarecido. No dia 28 de junho foi detetado um furto de material de guerra na base militar de Tancos. Pouco tempo depois, a 18 de outubro, esse material de guerra seria encontrado na Chamusca, pela Polícia Judiciária Militar. Entretanto surgiram suspeitas de que a recuperação do material de guerra terá sido encenada, com a conivência de agentes da Polícia Judiciária Militar e da Guarda Nacional Republicana, constituídos arguidos e detidos, tal como o presumível autor do furto. O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, e o Chefe de Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, acabaram por se demitir, em outubro de 2018. Persistem dúvidas em relação ao grau de conhecimento do Governo quanto à suposta encenação da recuperação do material de guerra. Segue-se uma comissão parlamentar de inquérito e o desenvolvimento do processo judicial.

 

Outubro de 2017: A repetição da tragédia no centro e norte do país

Cerca de quatro meses depois da tragédia de Pedrógão Grande, incêndios florestais de enorme magnitude voltaram a devastar o território nacional, nas regiões centro e norte, causando 50 vítimas mortais e mais de 70 feridos. A repetição da tragédia amplificou a pressão sobre o Governo, acabando por resultar na demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e na aprovação pelo Governo de um pacote de medidas para a floresta nacional. Ficaram expostas as debilidades do sistema de Proteção Civil, da gestão florestal e do ordenamento do território. Este forte abalo também teve repercussões na relação entre o Governo e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que exigiu que “o Governo retire todas, mas todas, as consequências”.

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