“O Irão lançou drones a partir do seu território em direção a Israel”, disse Daniel Hagari pouco depois das 23h00 (20h00 GMT), parecendo confirmar que Irão parece estar a desenvolver um ataque a Israel. As tensões entre os dois países subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, por parte de Israel, a 1 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária – entre eles dos altos comandos – e seis cidadãos sírios.
Israel já tinha decidido que iria restringir as movimentações dos seus cidadãos – nomeadamente fechando escolas e impedindo grandes ajuntamentos – mas as medidas de segurança estão a ser implementadas por outros países na região. A Autoridade de Aviação Civil da Jordânia decidiu encerrar temporariamente o espaço aéreo do país como medida “preventiva” contra a ameaça de um possível ataque iraniano contra Israel, noticiaram os meios de comunicação oficiais.
“A Autoridade Reguladora da Aviação Civil da Jordânia decidiu encerrar temporariamente e preventivamente o espaço aéreo jordano a todas as aeronaves que chegam, partem e transitam a partir das 20:00 GMT”, informou a agência noticiosa oficial jordana Petra.
Esta suspensão manter-se-á “durante as próximas horas” e “será continuamente atualizada e revista em função da evolução da situação”, acrescentou. Segundo a televisão estatal jordana Al Mamlaka, esta decisão foi tomada “tendo em conta a escalada dos riscos na região”, bem como para “preservar a proteção e a segurança da aviação civil no espaço aéreo jordano”.
A Jordânia é o primeiro país a fechar completamente o seu espaço aéreo face à ameaça iraniana de um ataque a Israel, já que nos últimos dias várias companhias aéreas decidiram suspender os voos para o Irão como medida de precaução perante a situação no Médio Oriente.
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou este sábado que Israel aumentou as suas capacidades de defesa e ofensivas contra a possibilidade de “um ataque planeado pelo Irão e pelos seus representantes contra o Estado de Israel”.
Este anúncio surge horas depois de a Guarda Revolucionária Iraniana ter sequestrado um navio no Golfo Pérsico ligado à empresa Zodiac Maritime, de bandeira portuguesa, propriedade de um bilionário israelita.
Esta captura aumentou ainda mais as tensões na região, mas especialmente em Israel, que aguarda um ataque de retaliação – preparado pelo Irão, mas que pode vir de países aliados – após o bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 1 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
Entretanto, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse que Israel preparou-se para “a possibilidade de um ataque direto do Irão” e que está “pronto para enfrentar qualquer cenário, tanto em termos de defesa como de ataque”.
“Apreciamos a presença dos Estados Unidos ao lado de Israel, bem como o apoio da Grã-Bretanha, da França e de muitos outros países”, acrescentou o primeiro-ministro num discurso em vídeo, numa altura em que a ameaça de uma operação iraniana contra o país é considerada iminente.
A Casa Branca anunciou que vai ajudar a defesa de Israel face ao ataque com ‘drones’ lançado pelo Irão. O anúncio dos Estados Unidos foi feito minutos depois de as Forças Armadas de Israel anunciarem estar a trabalhar com os Estado Unidos para intercetar os ‘drones’ lançados pelo Irão. Segundo a presidência dos Estados Unidos, os ataques iranianos vão prolongar-se por “várias horas” e os Estados Unidos “vão estar ao lado do povo israelita” face ao ataque.
O presidente norte-americano, Joe Biden, encurtou uma estada na sua casa de praia no Delaware e regressou a Washington para se reunir com a equipa de segurança nacional e acompanhar a situação no Médio Oriente.
O Irão lançou dezenas de drones contra Israel, mas segundo os peritos, os engenhos levarão horas para atingir os seus alvos. O ataque que pode desencadear uma grande escalada entre os dos países. Duas fontes de segurança no Iraque disseram, citadas pela agência Reuters, que dezenas de drones foram vistos a voarem do Irão em direção a Israel sobre o espaço aéreo iraquiano, no que a TV iraniana chamou de “extensos ataques de drones” pela Guarda Revolucionária.
Um general israelita reformado, Amos Yadlin, disse ao canal de notícias Channel 12, israelita, que os drones iranianos estavam equipados com 20 kg de explosivos cada. Os militares israelitas disseram que as sirenes soariam em qualquer área ameaçada e que as suas defesas estavam prontas para lidar com o ataque.
Segundo a imprensa iraniana, o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica do Irão (IRGC) anunciou o disparo de dezenas de drones e mísseis contra as posições do regime sionista nos territórios palestinos. Um comunicado do IRGC disse que sua Força Aeroespacial disparou dezenas de mísseis contra alvos israelitas específicos dentro dos territórios ocupados.
Ainda segundo a imprensa iraniana, o Irão lançou 100 drones e mísseis de cruzeiro, alguns dos quais foram abatidos sobre a Síria e a Jordânia. Alguns meios de comunicação relataram que os sistemas de defesa dos EUA estão a intercetar os drones sobre o Iraque e a Jordânia.
A Síria colocou os sistemas de defesa terra-ar Pantsir, de fabricação russa, em alerta máximo ao redor da capital e das suas principais bases militares, informou a Reuters, citando fontes do exército sírio.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com