O Banco de Portugal publica hoje as estatísticas de taxas de juro e de montantes de novos empréstimos e depósitos bancários de empresas e particulares atualizadas para março de 2024. Há algumas novidades, desde logo a taxa de juro dos depósitos a particulares está a cair e a taxa dos depósitos das empresas sobe.
Por outro lado, o crédito a particulares também está a subir e deve-se ao crescimento do crédito à habitação, que por sua vez já tem os juros em queda.
O crédito a empresas também cresce, mas aqui os juros ainda estão a aumentar.
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo terceiro mês consecutivo, passando de 2,81%, em fevereiro, para 2,78% em março, revela o Banco de Portugal.
A rentabilidade dos depósitos já iniciou a sua trajetória descendente, depois de em dezembro ter superado os 3%, o valor mais elevado em quase 12 anos.
Por sua vez, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares totalizou 7.767 milhões de euros em março, o que traduz um aumento de 219 milhões de euros em relação ao mês anterior.
Em março, o montante de depósitos a prazo até um ano dominou com um montante de 7.420 milhões (96%). Sendo os restantes 300 milhões aplicados em depósito entre 1 e 2 anos. Os depósitos a prazo superior a dois anos não ultrapassou os 48 milhões de euros.
A taxa de juro média caiu em todas as classes de prazo. Nos novos depósitos com prazo até 1 ano diminuiu 0,01 pontos percentuais (pp), para 2,81%. O Banco de Portugal realça que esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 96% dos novos depósitos em março.
Nos novos depósitos de 1 a 2 anos, a taxa de juro média diminuiu 0,18 pp, de 2,39% para 2,21%, enquanto a remuneração média dos novos depósitos a mais de 2 anos decresceu de 2,06% para 1,96%.
O Banco de Portugal revela ainda que “pela primeira vez desde o início da série (dezembro de 2021), a prestação média mensal do stock de crédito à habitação diminuiu, passou de 426 para 423 euros”.
Em comparação com os outros países do euro, verifica-se que a taxa de juro média dos novos depósitos do conjunto dos países da área euro verificou uma ligeira diminuição, de 0,01 pp, fixando-se em 3,16%. Pelo que, apesar de ter registado uma queda da taxa de juro média superior à do conjunto de países da área euro, Portugal manteve a sua posição no conjunto de países da área do euro.
E nos depósitos das empresas?
A remuneração média dos novos depósitos a prazo de empresas passou de 3,32%, em fevereiro, para 3,38%, em março, o que corresponde a um aumento de 0,06 pp. Um movimento contrário ao dos depósitos de particulares.
As novas operações de depósitos totalizaram 6.351 milhões de euros em março, mais 948 milhões do que no mês anterior. Os depósitos a prazo até 1 ano representaram, em março, 99% dos novos depósitos a prazo de empresas.
Agora o Crédito…
As novas operações de empréstimos aos particulares totalizaram 2.583 milhões de euros em março, mais 58 milhões do que em fevereiro, avança o BdP que salienta que as novas operações de empréstimos incluem os contratos totalmente novos e os contratos renegociados.
O montante dos novos contratos de empréstimos a particulares aumentou 178 milhões de euros em março, fixando-se em 1.989 milhões de euros. O Banco de Portugal detalha que este aumento “observou-se nas finalidades de habitação (+168 milhões de euros, para 1.307 milhões) e outros fins (+22 milhões de euros, para 220 milhões)”. Isto significa que está a retomar o crédito à habitação.
Os novos contratos de empréstimos ao consumo diminuíram 12 milhões de euros, para 462 milhões de euros.
O supervisor da banca revela ainda que as renegociações de crédito diminuíram 120 milhões de euros em relação a fevereiro, totalizando 593 milhões de euros em março de 2024. “Esta evolução deveu-se em grande parte às renegociações de crédito à habitação, que, em março, diminuíram 118 milhões de euros relativamente a fevereiro, para um total de 549 milhões de euros”, acrescenta o BdP0
Há ainda a destacar que a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação passou de 3,92%, em fevereiro, para 3,83% em março, ou seja, baixou.
Destaque para a taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação que diminuiu 0,04 pp, fixando-se em 3,68% em março. Nos contratos renegociados reduziu-se 0,07 pp, para 4,20%.
Por sua vez, nos empréstimos ao consumo, a taxa média de novas operações foi de 9,54% em março (9,53% em fevereiro), ou seja, subiu ligeiramente.
Nos empréstimos para outros fins, a taxa de juro média aumentou 0,01 pp, para 5,05%.
Mais uma vez olhemos para o crédito a empresas. Aqui, em março, o montante de novas operações de empréstimos concedidos às empresas foi de 1.822 milhões de euros, o que representou um aumento de 294 milhões de euros relativamente ao mês anterior.
“Este aumento decorreu principalmente dos novos contratos, que subiram 260 milhões de euros, para 1.632 milhões de euros”, revela o BdP.
Os montantes renegociados no crédito a empresas também aumentaram, 34 milhões de euros, passando a totalizar 190 milhões de euros.
O BdP detalha que as novas operações de empréstimos às empresas até um milhão de euros atingiram 1.087 milhões de euros em março, mais 174 milhões do que em fevereiro.
Já as novas operações de empréstimos acima de 1 milhão de euros aumentaram 120 milhões de euros, para 735 milhões de euros.
A taxa de juro média das novas operações de empréstimos às empresas cresceu 0,09 pp (de 5,61% em fevereiro, para 5,70% em março). Este aumento verificou-se, quer nos empréstimos acima de 1 milhão de euros (+0,11 pp, com a taxa de juro média a fixar-se em 5,41%), quer nos empréstimos até 1 milhão de euros (+0,07 pp, com a taxa de juro média a fixar-se em 5,89%).
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