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Taylor Swift: Quanto vale a fortuna da artista que enfrentou a indústria musical e ganhou?

Catálogo, royalties, digressões compõem a maioria da (grande) fortuna da artista. Nada fica como dantes por anda passa: melhora a economia e até provoca sismos. Mas quando chega a hora de jogar duro, não vira a cara a um confronto, seja com quem for.
Taylor Swift
Taylor Swift
24 Maio 2024, 13h41

Pulseiras e mais pulseiras. Nas imagens televisivas dos últimos dias é possível ver os swifties (fãs devotos de Taylor Swift) a fazerem pulseiras enquanto esperam pelos concertos da cantora norte-americano em Lisboa.

As pulseiras da amizade são feitas pelos fãs para depois oferecerem a outros fãs durante os concertos, contendo letras das músicas ou títulos de faixas da cantora. A procura por kits para fazer pulseiras disparou mais de 900% online em setembro de 2023, segundo a Klarna. No eBay, as vendas destas pulseiras disparam mais de 15.000%, de acordo com o “Guardian”.

Olhando para os números financeiros, Taylor Swift (34 anos, Nashville, EUA) tem uma fortuna avaliada em 1,1 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros), surgindo na posição 2.560 do ranking da Forbes.

A entrada no clube dos milionários teve lugar em outubro de 2023 com os ganhos gerados pela Eras Tour e o valor do seu catálogo. É a primeira artista a entrar no ranking somente com base nas suas músicas e concertos. Conta com um total de 12 prémios Grammy.

Que fortuna?

De onde vem a fortuna? 500 milhões de dólares têm origem em royalties e digressões. O seu catálogo musical vale outros 500 milhões de dólares. Do imobiliário, mais 125 milhões de dólares.

“A Swift Lda é essencialmente um conglomerado multinacional com a base de clientes mais devotada do mundo, a CEO mais carismática e com um poder económico significativo”, escreveu a “Bloomberg” em outubro de 2023.

Só a tour Eras (a mesma que a traz a Lisboa) acrescentou 4,3 mil milhões de dólares ao PIB norte-americano nos mais de 50 concertos em terras de Tio Sam em 2023.

O evento é descrito como tendo o “tamanho do Super Bowl, passando por inúmeras cidades, batendo recordes, gerando corrida aos bilhetes e até causando o equivalente a um pequeno terramoto [nos concertos em Seattle, a loucura dos fãs gerou atividade sísmica equivalente a 2,3 graus na escala de Richter]”, escreveu a “Bloomberg”, que também estima a sua fortuna em mais de mil milhões de dólares.

Até agora, as vendas só de bilhetes para a Eras geraram mais de 700 milhões de dólares, com cada bilhetes a custar em média mais de 250 dólares.

O efeito económico dos concertos de Taylor Swift também já se faz sentir: em Houston a cidade gerou mais 136% de receitas para 34 milhões durante o fim de semana do concerto; em Tampa, os gastos dispararam 26%; em Singapura, ajudou a que o PIB crescesse 2,7% no primeiro trimestre.

Quem é Taylor Swift?

Taylor Swift começou a sua carreira como cantora de country aos 16 anos, antes de entrar pelo mundo da pop, e tornou-se senhora do seu próprio nariz, encarnando como uma das figuras principais do girl power na cena musical mundial, rivalizando apenas com outra das rainhas da pop global: Beyoncé.

A sua carreira tem sido feita de confrontos contra o sistema estabelecido na indústria musical. Desenganem-se todos os que pensam que a artista é apenas mais uma cara bonita. Taylor Swift já provou que não tem medo de partir para uma disputa quando se sente espezinhada.

Há cinco anos deixou a companhia discográfica que lançou a sua carreira e ficou em choque quando os direitos dos seus primeiros seis álbuns foram vendidos pela empresa. Em resposta, voltou a gravar os seis álbuns, recuperando os direitos e desvalorizando o valor dos masters originais: a Taylor’s version de canções antigas voltou a subir nas tabelas de vendas, a par de novas músicas incluídas nestes álbuns clássicos.

O seu catálogo inteiro e o valor futuro das suas royalties está estimado em mil milhões de dólares. Tendo em conta somente a música lançada desde 2019 e uma estimativa mais conservadora das roylties futuras, está estimado em 400 milhões.

Até agora, o valor mais elevado obtido por um artista pelo seu catálogo foi de 550 milhões de dólares em 2021: foi o próprio Boss a conseguir atingir o topo, Bruce Springsteen.

A questão dos catálogos é crucial: recorde-se que Paul McCartney e John Lennon perderam os direitos às suas músicas no início da sua carreira. Anos mais tarde, Paul McCartney tentou comprá-los de volta, mas foi ultrapassado pelo rei da pop, Michael Jackson. O próprio Prince mudou o seu nome depois de uma disputa contratual com a Warner Music.

No caso das plataformas de streaming, os artistas recebem um valor baixo cada vez que uma música sua toca: 0,0038 dólares em média, com os valores a caírem 20% desde 2017, apesar de a procura ter disparado 2,5 vezes. Neste caso, Taylor Swift bateu com a porta do Spotify durante três anos por considerar o valor baixo, mas acabou por regressar após negociar os valores.

O filme Taylor Swift: The Eras Tour, tornou-se num dos filmes de concerto mais rentável de sempre: 93 milhões de dólares em vendas nos cinemas dos EUA e Canadá no primeiro fim de semana, em outubro de 2023, superando (muito) receitas de filmes de Justin Bieber e Michael Jackson, com receitas abaixo dos 30 milhões no fim de semana de estreia. A nível internacional, gerou 32 milhões de dólares nesse período.

Esta semana, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos avançou com uma ação judicial contra a gigante do entretenimento Live Nation, e a sua empresa de bilheteira Ticketmaster, acusando-as de monopólio ilegal. O processo acontece depois de em novembro de 2022 a venda de bilhetes para a Eras Tour ter provocado a frustração de milhares de fãs de Taylor Swift, pelos problemas técnicos nas plataformas, gerando longas filas online. As empresas foram chamadas ao Senado norte-americano para responder sobre este episódio.

A febre por Taylor Swift é tão grande que as vendas da camisola do seu namorado dispararam 400%. Travis Kelce joga futebol norte-americano pelos Kansas City Chiefs.

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