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Esmagadora maioria dos portugueses reconhece impacto do ambiente no seu bem-estar

Os resultados do Eurobarómetro trabalhados pela associação ZERO revelam que os portugueses são tendencialmente mais críticos do que a média dos europeus em relação ao uso que é feito do recurso água por diferentes stakeholders. Consideram que nenhum sector está a fazer o suficiente: indústria (86%); agregados familiares (82%); administração pública (81%); agricultura (80%); turismo e produção de energia (78%).
6 Junho 2024, 14h52

A esmagadora maioria dos portugueses (94%), consideram que a ação da União Europeia em termos legislativos é fundamental para proteger o ambiente e 90% reconhecem que os problemas ambientais têm um efeito direto no seu dia-a-dia e na sua saúde. A média europeia é 84% e 78%, respetivamente.

Estes resultados foram extraídos pela associação ambientalista ZERO do Eurobarómetro sobre “As Atitudes dos Europeus em relação ao Ambiente”, estudo que procura acompanhar a evolução da opinião pública da União Europeia ao longo do tempo sobre temas ambientais.

Na área da proteção da natureza, os portugueses são mais defensores do que a média europeia do reforço das regras de conservação da natureza e da necessidade de assegurar que estas são respeitadas: 48%, contra 44%. No que respeita ao alargamento das áreas naturais protegidas, os portugueses estão dentro da média europeia. Em contrapartida, voltam a destacar-se na consideração de que é necessário reforçar a informação aos cidadãos sobre a importância da natureza.

Na área da economia circular, os portugueses estão mais preocupados do que a média europeia com os resíduos de plástico, os resíduos químicos e as baterias. Mostram menor apetência do que a média europeia por pagar mais por produtos que sejam mais fáceis de reparar ou recicláveis e demonstram um menor empenho em todas as atividades apresentadas para reduzir os resíduos, desde a separação seletiva (64% | 66%, média europeia) à compra de produtos que minimizam a embalagem usada: 29%, média UE 49%.

Os portugueses são mais críticos do que média dos europeus sobre o nível de proteção que a legislação europeia oferece quanto ao seu impacto na saúde humana e no ambiente (54% consideram que é demasiado baixa e deveria ser reforçada – UE 52%), registando-se ainda um elevado número de respostas na categoria “não sei”.

Esta tendência está também expressa no maior desconhecimento dos portugueses quanto ao que são os PFAS, um grupo de substâncias químicas habitualmente designados por químicos eternos devido a sua elevada persistência, que têm reunido grande atenção científica e regulamentar nos últimos anos devido à sua omnipresença no ambiente e às suas características de perigosidade.

No que diz respeito à água, os portugueses sentem-se menos informados do que a média europeia em relação a problemas com ela relacionados, como sejam a poluição, cheias, secas ou uso da água (PT 63% | UE 48%). As alterações climáticas, as secas, a escassez de água são temas que os portugueses valorizam mais enquanto ameaças à água do que a média dos europeus, onde a poluição, o consumo excessivo e o desperdício e as cheias surgem com maior destaque.

Os portugueses são tendencialmente mais críticos do que a média dos europeus em relação ao uso que é feito do recurso água por diferentes stakeholders. Consideram de forma clara que nenhum sector está a fazer o suficiente: indústria (86%); agregados familiares (82%); administração pública (81%); agricultura (80%); turismo e produção de energia (78%). Não é assim de estranhar que 85% considere que são necessárias mais ações por parte da UE para enfrentar os problemas com os recursos hídricos.

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