El Corte Inglés fatura 600 milhões em Portugal

O volume de negócios da empresa portuguesa do Grupo El Corte Inglés superou os 599 milhões de euros e os resultados depois de impostos subiram para os 36 milhões, “os maiores de sempre”, segundo comunicado oficial. O Resultado Bruto de Exploração – EBITDA – atingiu, em Portugal, os 59,6 milhões, mais 16 % que no ano anterior.

A totalidade do grupo El Corte Inglés faturou 16.333 milhões de euros, com um EBITDA de 1.081 milhões e um resultado líquido operacional de 359 milhões de euros. “O Grupo El Corte Inglés alcançou, no exercício terminado em fevereiro de 2024, os seus melhores resultados operacionais desde 2009, tendo crescido nas suas principais áreas de atividade”.

A ECIGA (El Corte Inglés – Grandes Armazéns S. A.), empresa portuguesa do Grupo, atingiu os seus melhores valores de sempre, tanto em vendas como em resultados. “Esta evolução foi possível graças a um modelo de negócio orientado para a plena satisfação dos clientes, com uma proposta comercial completa e diversificada”, refere o comunicado. O destaque do exercício “foi o crescimento de todas as áreas de retail, especialmente nos departamentos de moda e beleza e alimentação e restauração”.

Dos 16.333 milhões de euros faturados pelo grupo em termos genéricos, 12.845 milhões correspondem ao volume de negócios das áreas de retail. A empresa portuguesa participa com 599 milhões, que correspondem a um aumento de 5% relativamente ao ano anterior. “A área da moda continua a ser a mais destacada, com centenas de marcas internacionais e também portuguesas, além das marcas próprias do El Corte Inglés, muitas delas fabricadas em Portugal”.

As áreas de alimentação e restauração também registaram grandes crescimentos, fruto dos investimentos na renovação dos espaços e no enriquecimento da oferta, tanto nas áreas Gourmet, como nos supermercados e restaurantes. Relativamente às vendas on-line, o El Corte Inglés reforçou a experiência omnicanal e registou, “no exercício, mais de 900 milhões de visitas às suas páginas e app’s, tendo respondido a mais de 17 milhões de pedidos”.

“A evolução positiva das diversas áreas de actividade permitiu ao Grupo El Corte Inglés atingir um EBITDA de 1.081 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 13,6% relativamente ao exercício precedente. Só nas áreas de retail o EBITDA supera os 840 milhões de euros. Destes, cerca de 60 milhões resultam da atividade da empresa portuguesa que conta com dois grandes armazéns, seis supermercados e uma loja outlet no nosso país”.

Os resultados líquidos ordinários do grupo foram os mais elevados desde 2009, cifrando-se em 359 milhões de euros. A empresa, que alcançou um resultado líquido recorde de 870 milhões de euros no ano anterior (com itens extraordinários da venda de parte do seu negócio à Mutua Madrileña), destaca que o lucro líquido recorrente disparou 73,7% em 2023, e que este é o maior lucro líquido recorrente desde 2009. A dívida financeira líquida situou-se em 2.059 milhões de euros (face aos 2.295 milhões de euros do ano anterior), o que representa um rácio de 1,9 vezes o EBITDA e representa o nível mais baixo dos últimos 16 anos.

“A evolução positiva do negócio, aliada às boas perspetivas de futuro, permitiram ao Grupo obter, pela primeira vez na sua história e na história do seu sector, a classificação de Investment Grade pela Standard&Poor’s e pela Fitch Ratings. Estas agências de rating destacaram a dimensão do Grupo, a sua relevância em Espanha e em Portugal, a liderança e a força da marca, a diversificação do negócio e suas categorias (moda, beleza, casa e decoração, alimentação, entretenimento, eletrónica, viagens, serviços financeiros, seguros, etc.), a oferta omnicanal e uma carteira de ativos imobiliários únicos, nas melhores localizações das principais cidades portuguesas e espanholas”.

O grupo presidido por Marta Álvarez é detido em 8% pelo Grupo Mutua e em 2022 assinou um refinanciamento do seu passivo com mais de vinte bancos. Com base no acordo com a Mutua, o grupo planeia abrir o capital antes de 2028.