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Como os cofres do Manchester United ajudaram à demissão de Mourinho

Amado ou odiado, uma coisa é inegável sobre José Mourinho: ele não ajudou os investidores do Manchester United.
José Mourinho – Chelsea FC e Real Madrid
20 Dezembro 2018, 09h30

A decisão de demitir o treinador José Mourinho, na passada terça-feira, é compreensível também do ponto de vista financeiro, dado que a qualificação para a Liga dos Campeões está em risco. Apenas as quatro melhores equipas do campeonato inglês têm acesso direto e o United está em sexto lugar, 11 pontos abaixo do quarto classificado, o Chelsea.

Os título caíram 12% em dois anos e meio como treinador do clube. Por exemplo, os do Borussia de Dortmund, da Alemanha, quase dobraram no mesmo período, enquanto os títulos da Juventus quadriplicaram.

A elevada probabilidade de não se qualificar para a ‘champions’ terá implicações significativas para o crescimento das receitas do ano fiscal de 2020. Analistas da Jefferies, citados pela Bloomberg, estimam que o United espera receber cerca de 93 milhões de dólares (81,3 milhões de euros) em receitas de transmissão da Liga dos Campeões, caso chegue aos quartos-de-final da prova, como tem feito nos anos anteriores. Quando venceu a Liga Europa, em 2017, a Deloitte estima que recebeu 45 milhões de euros (51 milhões de dólares).

Esta diferença de 42 milhões de dólares (36,7 milhões de euros) é o melhor cenário, já que não é fácil vencer a Liga Europa. O valor pode significar a diferença entre crescimento ou estagnação da receita. Os analistas disseram à Bloomberg que esperam adicionalmente vendas de 779 milhões de dólares (681,6 milhões de euros) em 2019 e 819 milhões (716,6 milhões de euros) em 2020.

Embora os investidores estejam habituados a suportar uma certa flutuação nas receitas de transmissão com base no sucesso do clube, o desempenho do Manchester United não foi bom a vários níveis. E isso também foi decisivo para o despedimento do técnico português.

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