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DBRS vê banca europeia relutante em financiar sector da defesa

Apesar de haver bancos europeus a aliviar as restrições no financiamento da defesa, os analistas da DBRS consideram que os desafios em obter fundos vão continuar perante a relutância das instituições financeiras em apoiar este sector.
11 Julho 2024, 11h13

Os países europeus têm vindo a reforçar a sua defesa para responder às tensões geopolíticas. No entanto, refere a DBRS, têm enfrentado alguns desafios para obter financiamento para este sector, numa altura em que os bancos da região mantêm-se relutantes em emprestar devido ao enquadramento regulatório, mas também pelo potencial impacto na sua reputação.

“O aumento das tensões geopolíticas e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia ditaram um crescimento dos gastos com defesa na União Europeia (UE), com os Estados-membros a enfrentarem mais ameaças. Esperamos que os bancos desempenhem um papel fundamental no financiamento do sector da defesa, numa altura em que o financiamento privado tornar-se cada vez mais necessário para o fabrico e desenvolvimento de material militar”, referem analistas da DBRS numa nota divulgada esta segunda-feira.

A agência de notação realça que a UE reforçou a sua defesa desde que a Rússia anexou a Crimeia em 2014, depois de anos de cortes destes gastos. Os esforços aceleraram ainda mais desde o início da guerra entre a Rússia e Ucrânia, com os analistas a estimarem que os 27 países da EU tenham, no seu conjunto, gasto perto de 264 mil milhões de euros em 2023, em comparação com 220 mil milhões de euros em 2021.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou no final do mês passado que a indústria da defesa na UE deve precisar de 500 mil milhões de euros na próxima década.

No entanto, referem os analistas, “notamos que os bancos europeus estão muitas vezes relutantes em apoiar o sector da defesa devido aos desafios associados ao enquadramento regulatório, receios políticos, segurança nacional, impacto na reputação e implicações éticas”, isto apesar de estarem a “observar uma mudança nesta tendência”.

“Os bancos estão a aliviar as suas restrições no financiamento ao sector da defesa e o Banco Europeu de Investimento (BEI) planeia injetar fundos adicionais em resposta às necessidades do sector da defesa europeu no atual cenário geopolítico”, notam, ainda que prevejam que os desafios ao financiamento deste sector vão continuar.

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