Em 2015, as Nações Unidas proclamaram o desenvolvimento sustentável como grande desígnio da humanidade, declinando em 17 grandes objetivos a Agenda 2030 para o alcançar, nas suas três dimensões: social, económica e ambiental.

O mundo viveu nos últimos anos mudanças profundas, com uma consciência mais acutilante da ameaça das alterações climáticas, com uma perigosa tendência para o isolacionismo, sempre potenciador de conflitos, e com a tarefa de recuperar as economias após a pandemia. Juntou-se, mais recentemente, o impacto da guerra na Ucrânia. No entanto, no quadro de todas estas mudanças, o desígnio do desenvolvimento sustentável em nada perdeu a sua atualidade.

A nível nacional o desenvolvimento sustentável, nas suas três dimensões, é a via para vencer todos os grandes desafios com que nos confrontamos: os desafios da transformação digital e tecnológica, dos mercados globais, do endividamento, da sustentabilidade ambiental e da demografia.

Se o desafio da inovação e da transformação digital e tecnológica impunha já a necessidade de requalificação ou mesmo reconversão profissional, agora, essa necessidade torna-se ainda mais urgente. A pandemia veio sedimentar ainda mais a omnipresença de novas tecnologias na forma como trabalhamos, tornando mais urgente o processo de transformação de competências que já se vinha a desenhar.

O relançamento industrial, que deverá estar no centro da recuperação económica, precisa de mercados externos abertos e dinâmicos, onde as empresas, reforçando os seus capitais, possam provar o seu dinamismo.

A guerra tornou claro que a Europa descurou a emergência de dependências energéticas face a determinados mercados, nomeadamente a Rússia. O caminho da diversificação dos mercados não basta. É preciso acelerar o caminho da diversificação das fontes de energia.

As tendências demográficas continuarão a exercer, num horizonte temporal alargado, um impacto profundo no crescimento económico, no mercado de trabalho, nos sistemas de saúde e de segurança social, trazendo ameaças, mas também oportunidades, por exemplo em termos da inovação tecnológica e do desenvolvimento das ciências da vida, bem como ao nível dos mercados que se geram com novos produtos e serviços.

Todos estes desafios devem ser vencidos à luz do desígnio do desenvolvimento sustentável. As políticas devem ser, assim, focadas nas pessoas, na competitividade e na sustentabilidade ambiental.