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“O caminho é o turismo sustentável”, diz partner da Expense Reduction Analysts

“As alterações climáticas já não são uma miragem como podíamos considerar há uma década, mas uma realidade com a qual todos temos que lidar. Por isso, cada vez mais se sente uma maior responsabilidade nas escolhas que se fazem, mesmo no momento de escolher passar um bom fim de semana num hotel”, explicou Inês Trigueiros, partner da Expense Reduction Analysts, em entrevista ao JE.
13 Julho 2024, 18h44

Inês Trigueiros, partner da Expense Reduction Analysts, defende, em declarações ao Jornal Económico (JE), que o segmento do turismo sustentável – que classifica como “uma aposta ganhadora” -, vai continuar em crescimento, mesmo perante uma “diminuição da procura turística” decorrente do atual contexto macroeconómico e geopolítico.

Em 2026, o mercado global de turismo sustentável deverá aumentar de aproximadamente 149 mil milhões de euros (2021) para cerca de 281 mil milhões, de acordo com o Nova SBE Westmont Institute, que estima uma taxa média de crescimento anual de 12,7%.

“Estes valores refletem aquilo em que acreditamos: que o caminho é o turismo sustentável. As alterações climáticas já não são uma miragem como podíamos
considerar há uma década, mas uma realidade com a qual todos temos que lidar. Por isso, cada vez mais se sente uma maior responsabilidade nas escolhas que
se fazem, mesmo no momento de escolher passar um bom fim de semana num hotel”, explicou a mesma responsável da consultora internacional na área da otimização de custos.

“Entrar num quarto sem um caixote que permita a segregação ou, numa situação de limpeza, depararmo-nos com a junção de lixos é algo que começa a chocar muitas pessoas”, exemplificou.

“O turismo sustentável é recente, tem maior visibilidade há apenas uma década, mas acreditamos que é, sem dúvida, uma aposta ganhadora. Veja-se o crescimento dos glampings, por exemplo, que em Portugal se têm multiplicado em número com soluções muito interessantes e ligadas à natureza. Esta procura pelo contacto com a natureza é cada vez maior, proporcionalmente à preocupação que hoje existe”, analisou.

São exemplo dessas práticas, lista, “além dos resíduos”, “a tipologia dos ameneties encontrados no quarto e a forma como são disponibilizados, o serviço apresentado num pequeno-almoço, a existência de energia limpa, os produtos de limpeza, a quantidade de papel utilizado e tantos outros”.

Questionada sobre a execução de metas de sustentabilidade no sector, Inês Trigueiros explica, com base na experiência recolhida junto dos clientes, que o” fator económico e financeiro no imediato ainda tem preponderância junto dos decisores”. “Infelizmente, ainda estamos longe disso”, afirmou na mesma entrevista ao JE, remetendo para soluções que conciliem “rentabilidade, competitividade e sustentabilidade”.

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