[weglot_switcher]

Fundo que lançou OPA sobre a Greenvolt diz que é “muito difícil” ter uma estratégia de longo prazo em bolsa

A “volatilidade e memória muito curta” das bolsas de valores, leva o KKR a defender a importância do capital privado para a transição energética.
16 Julho 2024, 11h02

O fundo norte-americano KKR considera que é “muito difícil” ter uma estratégia de longo prazo para a transição energética com uma empresa cotada em bolsa.

O sócio da KKR, Emmanuel Lagarrigue, defende que as empresas que estão a apostar na transição energética têm um melhor desempenho com investidores mais pacientes.

“Os mercados públicos são provalmente o custo mais barato de capital. Mas ao mesmo tempo, têm volatilidade e memória muito curta. É muito difícil ter uma estratégia de longo prazo” para “transformações empresariais muito grandes”, afirmou, citado pela “Bloomberg”.

O KKR lançou no final de 2023 uma oferta pública de aquisição sobre a portuguesa Greenvolt, tendo já anunciado a sua intenção de tirar a empresa de bolsa.

A “Bloomberg” destaca que os gestores de capital privado e de portefólios de dívida estão agora a emergir como uma “força poderosa na finança climática”. Isto, numa altura que as empresas estão a “lutar” para atrair “investimento suficiente” num cenário de “interesse diminuto dos acionistas por planos ambiciosos de descarbonização”.

A crise energética derivada da invasão russa da Ucrânia, uma inflação elevada e taxas de juro altas estão a complicar a transição energética, a par de um selloff de ações de energias renováveis: o índice S&P Global Clean Energy Index desceu 28% face ao aumento do S&P 500.

Já nos mercados privados, entre 2016 e 2023 as alocações de capital privado em renováveis têm superado regularmente as alocações em petróleo e gás, segundo dados do MSCI.

“É muito difícil para um CEO de uma empresa chegar ao pé dos seus acionistas e dizer, ‘vou investir três mil milhões num novo ativo que vai mudar radicalmente a nossa pegada carbónica e criar novo crescimento, mas os cash flows só chegam daqui a cinco/sete anos. Isto não funciona”, afirmou Emmanuel Lagarrigue.

A gestora de ativos norte-americana KKR quer tirar a Greenvolt de bolsa se ficar com 90% ou mais do capital no âmbito da OPA lançada em dezembro de 2023 sobre 40% do capital da elétrica.

A oferta pública de aquisição do fundo Gamma Lux, detido pelos norte-americanos da gestora de ativos KKR, vale 1,2 mil milhões de euros. A  Gamma Lux está a oferecer 8,30 euros por ação.

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.