A crise de habitação que se vive no país agrava o problema do alojamento estudantil na quantidade de quartos disponíveis e nos preços.
O “Diário de Notícias” revela esta quinta-feira que o número de camas disponíveis no país em arrendamento formal rondará os 35 mil para um universo de 110 mil estudantes deslocados do Ensino Superior público, aos quais há que juntar os estudantes das privadas e os alunos estrangeiros, o que eleva a procura potencial para mais de 175 mil camas.
A oferta contabiliza o DN: cobre apenas 32% das necessidades, sendo precisas pelo menos mais 75 mil camas. “A situação assume uma maior gravidade quando se estima existirem mais de 40 mil alunos carenciados nas universidades públicas portuguesas e, por isso, com acesso prioritário às residências do Estado. Mas estas só dispõem de 15 939 camas (PNAES/ junho 2024). Uma resposta que não chega nem para metade dos estudantes elegíveis”, escreve a jornalista Sónia Santos Pereira.
Segundo o Observatório do Alojamento Estudantil, em julho, existiam disponíveis 5666 quartos para arrendamento ao preço médio de 397 euros, o que traduz um aumento de 4,5%, na análise dos últimos 12 meses. Em Lisboa, o preço médio está nos 480 euros e no Porto nos 385 euros.
O Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior, lançado em 2018 pelo Governo de António Costa, aponta à meta de 18 mil novas camas a preços regulados até 2026. Atualmente, estão concluídos apenas 12 projetos, num total de 1124 camas. O ponto da situação do DN refere 40 empreitadas em curso, das quais 12 referentes a novas construções, dez de adaptação de edifícios com alteração de uso, cinco fruto de aquisição de imóveis para nova utilidade e 13 de renovação de residências já existentes, que englobam 5.555 camas.
As residências privadas somam cerca de 9650 camas em Portugal. Citado pelo DN, Igor Borrego, senior director da Capital Markets da CBRE Portugal, adianta que é esperada a abertura de 1150 novas camas em Lisboa e Porto no próximo ano letivo 2024/2025.
Estudo da Estudo Ómnibus divulgado esta quarta-feira revela que o custo do alojamento é o fator que mais pesa na decisão de 83% dos pais de um estudante deslocado.
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