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Inapa cai mais de 90% no regresso às negociações

Pedido de insolvência e situação difícil estão a afundar as ações da Inapa. Cotada da bolsa portuguesa vale agora pouco mais de um milhão de euros.
Inapa
Jonathan Drake/Bloomberg
30 Julho 2024, 11h23

Nem o paraquedas do pedido de insolvência está a conseguir salvar os títulos da Inapa. A distribuidora de papel portuguesa regressou esta terça-feira às negociações depois da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter levantado a suspensão aplicada na semana passada após terem sido tornadas públicas as dificuldades.

Depois depois da abertura da sessão, as ações afundavam mais de 96% para 0,0012 euros. Esta queda tirou o tapete à capitalização bolsista da empresa, que viu serem varridos quase 15 milhões de euros.

Pelas 11 horas, a Inapa desvaloriza 91,16% para 0,0026 euros. Algo que se pode apelidar de melhoria face aos dados apresentados pelas 8 horas.

No último dia de negociações antes da suspensão, a 19 de julho, as ações da Inapa estavam avaliadas em 0,0294 euros. Atualmente, soma uma capitalização ligeiramente superior a um milhão de euros.

Importa recordar que a Inapa avançou esta segunda-feira, 29 de julho, com o pedido de insolvência, algo vigente desde a semana passada.

A segunda maior acionista da distribuidora de papel, a Nova Expressão, avançou com um pedido de Assembleia-Geral Extraordinária ao dia de ontem, tendo como objetivo uma operação harmónio, evitando a falência da empresa.

No entanto, o Jornal Económico apurou esta manhã que o presidente da mesa da Inapa recusou o pedido da AG efetuado pela empresa gerida por Pedro Baltazar. Assim, a Nova Expressão decidiu retirar o pedido de marcação da assembleia para deliberar a possibilidade de uma operação harmónio, tendo em conta o pedido de insolvência que deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste.

O segundo maior acionista da Inapa, que detém 10,85% da distribuidora, concluiu que a informação que foi divulgada pela empresa não permite fazer um cálculo racional a respeito do aumento de capital que seria necessário, apurou o JE.

Papeleiras não resistem

O que poderia parecer uma oportunidade para a indústria papeleira não está a ser positivo.

A Navigator está a recuar 0,58% para 3,74 euros e a Altri desliza 0,52% para 4,99 euros.

Recordar que a Altri viu os seus lucros dispararem 122% no primeiro trimestre para 62 milhões de euros, com as vendas a subir com o preço do papel. Além disso, a casa de investimento Bestinver alterou a sua recomendação em relação à Altri, estando agora a aconselhar a compra de títulos, tendo ainda mais do que duplicado o target da papeleira.

Já a Navigator viu o seu lucro subir 16% para 159 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano, com o volume de negócios a crescer para 1.066 milhões de euros. A empresa beneficiou da redução dos custos variáveis em todos os segmentos de celulose e papel, e ainda dos custos fixos.

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