Na primeira sessão bolsista depois de ter avançado com um pedido de insolvência, as ações da Inapa fecharam o dia a cair 92,52%, para 0,22 cêntimos, esta terça-feira, 30 de julho, na Euronext Lisboa.
A distribuidora de papel portuguesa regressou à negociação depois de a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter levantado a suspensão aplicada na semana passada após terem sido tornadas públicas as dificuldades da empresa.
No início da negociação, os títulos da Inapa chegaram a afundar mais de 96%, para 0,12 cêntimos.
A empresa perdeu 15 milhões de euros de valor, relativamente à capitalização a 19 de julho, a última sessão bolsista antes da suspensão das ações. Vale, agora, 1,15 milhões de euros.
A segunda maior acionista da distribuidora de papel, a Nova Expressão, avançou com um pedido de assembleia geral extraordinária, ainda a 29 de julho, tendo como objetivo uma operação harmónio, evitando a falência da empresa.
No entanto, o Jornal Económico (JE) apurou que o presidente da mesa da Inapa recusou o pedido da AG efetuado pela empresa gerida por Pedro Baltazar. Assim, a Nova Expressão decidiu retirar o pedido de marcação da assembleia para deliberar a possibilidade de uma operação harmónio, tendo em conta o pedido de insolvência que deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste.
O segundo maior acionista da Inapa concluiu que a informação que foi divulgada pela empresa não permite fazer um cálculo racional a respeito do aumento de capital que seria necessário, apurou o JE.
No documento com o pedido para a assembleia geral, ao qual o JE teve acesso, era referido que a reunião teria quatro pontos na ordem de trabalho: “Discussão e eventual deliberação sobre a viabilidade económica da Sociedade”, “discussão e deliberação sobre a redução de capital para cobertura de prejuízos, com a correspondente redução do valor nominal de todas as ações representativas do capital social”, “a discussão e deliberação sobre o aumento de capital da Sociedade por realização de novas entradas em dinheiro, para reforço da cobertura de capital” e a “designação de novos membros do conselho de Administração da Sociedade, para o mandato em curso”.
O pedido de insolvência aconteceu já depois da Nova Expressão e de pequenos acionistas da Inapa admitirem querer salvar a distribuidora de papel.
A Inapa Deutschland, subsidiária alemã, não conseguiu suprir a carência de tesouraria de 12 milhões de euros, e a insolvência do braço germânico teve impactos imediatos na casa-mãe, sendo que já teria sido pedido ajuda financeira ao Estado, através da Parpública, que é o principal acionista da Inapa.
Era esperado que a Inapa não avançasse já com a insolvência devido à manifestação de interesse da Japan Paper & Pulpe para uma proposta vinculativa para a compra da empresa.
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