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EUA: “Vasta maioria” de responsáveis da Fed vê corte em setembro como provável

“Uma vasta maioria” dos responsáveis de política monetária nos EUA “considerou apropriado, se os dados continuarem a sair como esperado, começar a aliviar a política na próxima reunião”, a realizar em setembro, mostram as atas do encontro de julho divulgadas esta quarta-feira.
21 Agosto 2024, 19h14

A “vasta maioria” dos responsáveis pela política monetária norte-americana acreditam que setembro marcará o arranque da descida de juros após a escalada mais rápida das taxas de referência em várias décadas, isto se os dados macroeconómicos continuarem a mostrar uma evolução favorável na luta contra a inflação. As atas da reunião mais recente da Reserva Federal reforçam a probabilidade de um corte já em setembro, um cenário que o mercado já tomava como certo.

O documento publicado esta quarta-feira fala numa maioria entre os participantes na reunião da Fed de 30 e 31 de julho que “considerou apropriado, se os dados continuarem a sair como esperado, começar a aliviar a política na próxima reunião”, a realizar em setembro. Apesar de não indicar nomes ou quantos responsáveis do banco central apoiam esta estratégia, a linguagem usada no comunicado é um sinal claro de um consenso abrangente em torno do assunto.

As minutas revelam mesmo que alguns dos decisores da Fed argumentaram que a evolução da inflação e do desemprego “pintavam um caso plausível para descer os juros de referência em 25 pontos base (p.b.) nesta reunião ou que poderiam ter apoiado tal decisão”.

Ainda assim, e “apesar de os dados serem encorajadores, é precisa informação adicional para ter uma maior certeza que a inflação está a descer sustentadamente para o objetivo de longo prazo de 2%”.

O mercado vinha já dando como certo um corte de juros em setembro, visão que ganha assim mais força.

Os juros na maior economia do mundo estão em máximos de 23 anos há oito reuniões consecutivas, com um intervalo entre 5,25% e 5,5%. A expectativa quanto aos esperados cortes tem sofrido fortes flutuações ao longo do último ano, com a mais recente após os dados desapontantes quanto à criação de emprego em julho.

O foco da preocupação foram os 114 mil postos de trabalho criados em julho, bastante abaixo dos 180 mil projetados pelos analistas, e a subida da taxa de desemprego de 4,1% para 4,3%.

Desde então, leituras da inflação e retalho diminuíram as preocupações dos investidores quanto a uma possível recessão até final do ano, mas o mercado continua a apostar num corte de juros em setembro, com 63,5% de probabilidade estimada de uma redução de 25 p.b., isto antes da divulgação das atas da Fed.

Ainda assim, a notícia de que o Departamento do Trabalho tinha revisto em baixa por 818 mil postos os dados da criação de emprego nos 12 meses anteriores a março de 2024 voltou a lançar dúvidas sobre a vitalidade do mercado laboral norte-americano, o principal ponto positivo na economia dos EUA nos últimos trimestres.

[notícia atualizada às 1935]

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