A atividade na zona euro voltou a acelerar em agosto, contrariando a queda do mês anterior que levou o índice de gestores de compras (PMI) a mínimos de cinco meses na leitura anterior, contando com o forte impulso dos Jogos Olímpicos para tal. No entanto, e dado que o evento tem um impacto one-off, esta evolução não será suficiente para travar mais descidas de juros.
O PMI composto da zona euro subiu para 51,2 depois de ter ficado em 50,2 no mês anterior, isto quando o mercado apontava para nova deterioração, ainda que marginal, para 50,1. A subida deveu-se sobretudo aos Jogos Olímpicos de Paris, com o sector dos serviços franceses a registar uma melhoria pronunciada que impulsionou as perspetivas do bloco europeu.
O PMI francês até se encontrava em terreno negativo (abaixo de 50) no que respeita ao indicador composto em julho, com 49,1, mas saltou para 52,7, contrariando as expectativas dos analistas de que os Olímpicos não teriam impacto no inquérito de mercado. Por sector, os serviços aceleraram a um ritmo impressionante, passando de 50,1 para 55,0 e mais do que compensando o abrandamento na indústria, que voltou a desacelerar de 44,0 para 42,1.
Na mesma linha, o subindicador referente aos serviços na zona euro subiu até máximos de quatro meses com uma leitura de 53,3, compensando nova deterioração na indústria, que caiu de 45,8 para 45,6. Já o output industrial subiu marginalmente, embora mantendo-se em zona de contração com 45,7.
Segundo a análise da Pantheon, a “fraca procura é ainda o principal constrangimento na produção industrial”, com as novas encomendas a caírem ao ritmo mais rápido desde dezembro. Como resultado, a situação na Alemanha continua a piorar, com o motor industrial europeu pressionado pela fraca atividade secundária.
O PMI alemão voltou a cair, desta feita de 49,1 para 48,5, isto quando o mercado apontava para uma melhoria marginal para 49,2. Tanto indústria, como os serviços degradaram-se ainda mais no mês em análise, com o sector secundário a cair de 43,2 para 42,1, enquanto o terciário desceu de 52,3 para 51,4.
Numa nota mais positiva, a S&P, responsável pelo cálculo e divulgação dos PMI, revela que a produção industrial no resto da Europa está a crescer, pelo que a atividade espanhola e italiana devem ser mais positivas.
Para os analistas da Pantheon, apesar da forte leitura, esta “não será suficiente para diminuir a necessidade de alívio em outubro”, sendo que um corte em setembro está já virtualmente garantido.
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