A mensagem é clara e firme: a violência contra trabalhadores humanitários tem de cessar.
Na qualidade de Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa e membro de uma rede humanitária presente em 191 países sublinho a urgência de se garantir a segurança dos trabalhadores humanitários.
Desde o início de 2024, 28 trabalhadores humanitários das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho perderam a vida enquanto desempenhavam as suas funções humanitárias. Este período tem sido caracterizado por níveis alarmantes de violência crescente em zonas de conflito, onde os trabalhadores deveriam estar protegidos por emblemas internacionalmente reconhecidos.
A violência contra trabalhadores humanitários tem atingido níveis recorde, conforme relatado pela ONU. Em 2023, tivemos o ano mais mortífero para a comunidade humanitária internacional, com 280 trabalhadores mortos em 33 países, um aumento dramático de 137% em relação ao ano anterior. E o cenário de 2024 já se revela ainda mais trágico, com a escalada da violência em várias regiões.
Esta realidade é alarmante e cada perda é uma tragédia irreparável que afeta profundamente as famílias, as comunidades e a rede humanitária global.
Estes números são um alerta que exigem que se tomem as necessárias ações.
Por esse motivo, a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho lançou uma campanha global para sensibilizar governos, partes envolvidas em conflitos e a sociedade civil, para a necessidade de garantir a segurança daqueles que arriscam as suas vidas para ajudar os outros.
Os trabalhadores humanitários – civis que dedicam a sua vida a ajudar outros – não podem continuar a ser alvos de ataques. A sua missão é salvar vidas e aliviar o sofrimento humano. Quando um trabalhador humanitário é morto, toda uma comunidade fica privada de assistência vital, tornando-se mais vulnerável.
É imperativo que unamos as nossas vozes e exijamos uma proteção reforçada para os trabalhadores humanitários. Sem isso, a capacidade de prestar assistência em crises fica gravemente comprometida.
Os trabalhadores humanitários representam o melhor da humanidade. São os pilares da nossa resposta em crises e conflitos. Urge uma ação determinada para garantir que possam continuar a realizar em segurança a sua missão vital. Apelo, pois, a que todos se juntem a esta causa.