O diretor da CIA, Bill Burns, o principal conselheiro do presidente norte-americano para o Médio Oriente Médio, Brett McGurk, o primeiro-ministro do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, o chefe da espionagem egípcia, Abbas Kemel, e uma delegação israelita composta pelo diretor da Mossad, David Barnea, o líder do Shin Bet (a espionagem interna), Ronen Bar, e o comandante da unidade de reféns das Forças de Defesa de Israel (IDF), Gen.Nitzan Alon, com o Hamas apenas indiretamente presente (Ghazi Hamad é o oficial de ligação), estão, em versão contrarrelógio, a tentar um acordo de cessar-fogo para o enclave de Gaza. A partir de Doha, no Qatar, o grupo quer que o acordo tenha como ‘efeito secundário’ parar qualquer ameaça de uma guerra regional entre Israel e o Irão – mas tudo indica que o prazo acordado (esta sexta-feira) não será suficiente para alinhar todos os desacertos que ainda persistem entre as duas partes envolvidas.
De concreto, o tema mais difícil de gerir é saber-se quem terá a responsabilidade de manter o controlo de corredores de Philadelphi, Netzarim e Rafah. Israel não quer abrir mão desse controlo, o que, na prática, indica que o Estado hebraico não conta deixar o enclave nem militar nem politicamente – o que o Hamas não pode aceitar, uma vez que é o mesmo que admitir o seu fim enquanto autoridade local (eleita). Israel contrapõe que a permanência nos corredores é a única forma de controlar as entradas de terroristas e de armas no enclave e que essa ‘linha vermelha’ implica diretamente na segurança do país. Segundo todas as fontes, os negociadores de Israel sabem que esta imposição do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é o caminho certo para que não haja acordo nenhum. Até porque, convém recordar, o Egipto também não concorda com Israel nesta matéria, dado que o Estado hebraico teria controlo sobre uma fronteira que, à luz do direito internacional, nem sequer lhe pertence.
O Hamas também não concorda com a depuração proposta por Israel em relação à lista de palestinianos que devem ser trocados pelos reféns ainda em posse do grupo radical – sendo certo que, por outro lado, ninguém tem a certeza de quantos ainda estão vivos.
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