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EUA: Trump promete “maior deportação da história” a começar em Springfield

O ex-presidente e candidato republicano Donald Trump prometeu hoje deportar imigrantes em massa se for reeleito, a começar numa cidade do Ohio onde alega que migrantes do Haiti estão a destruir o modo de vida.
Republican presidential candidate and former U.S. President Donald Trump gestures during a campaign rally on March 2 in Richmond, Virginia, U.S. March 2, 2024. REUTERS/Jay Paul
13 Setembro 2024, 21h29

“Vamos ter a maior deportação da história do nosso país e vamos começar em Springfield, Ohio”, afirmou Donald Trump, numa conferência de imprensa a partir do seu campo de golfe em Rancho Palos Verdes, Los Angeles.

“Vinte mil migrantes ilegais do Haiti invadiram uma cidade de 58 mil pessoas, destruindo o seu modo de vida”, alegou Trump. “As pessoas não gostam de falar sobre isso, a cidade não gosta de falar nisso porque soa tão mal”.

As autoridades de Springfield desmentiram alegações de Donald Trump e do seu candidato a vice-presidente, JD Vance, de que os migrantes estão a comer cães e gatos de estimação dos habitantes. A cidade recebeu ameaças de bomba nos últimos dois dias, após ser mencionada no debate presidencial entre Trump e a vice-presidente e candidata democrata, Kamala Harris.

Os cerca de 15 mil cidadãos provenientes do Haiti começaram a chegar legalmente em 2020, sob o “Immigration Parole Program”, que dá asilo a migrantes que fogem da violência nos seus países.

Em Los Angeles, Trump alegou que foi Kamala Harris quem colocou os migrantes em aviões para os levar ilegalmente para os Estados Unidos, clamando que países como a Venezuela estão a “despejar” terroristas e violadores nas ruas do país.

“Um presidente tem o dever de vos manter seguros”, afirmou Trump. “Kamala vai tornar a América num campo de refugiados violento, pobre e de terceiro mundo”, declarou.

A imigração e a situação na fronteira sul foi um dos principais focos da conferência de imprensa em Los Angeles, com Trump a traçar uma ligação ao que disse ser o aumento do crime violento.

O candidato criticou o jornalista David Muir, um dos moderadores do debate com Kamala Harris a 10 de setembro, por o ter corrigido quanto às estatísticas de crime violento.

Acusando Muir de estar contra ele, Trump disse que os dados do FBI que dão conta de uma quebra do crime violento não correspondem à verdade e citou outros números revelados esta semana pelo gabinete de estatísticas do Departamento de Justiça.

O relatório, que não inclui homicídios e se baseia em queixas à polícia, indicou que o reporte de crimes como roubos e abuso sexual aumentou entre 2022 e 2023 mas é similar aos números de 2019, antes do confinamento devido à pandemia de covid-19.

“Os americanos estão à mercê de criminosos”, declarou Trump, prometendo modificar a situação quando for reeleito. “Vamos livrar-nos dos criminosos que eles deixaram entrar”.

O candidato também declarou que “94% dos republicanos” acharam que se saiu bem no debate e que a nova sondagem Rasmussen Reports, que o coloca na frente (49%-47%), demonstra o seu sucesso. No agregado FiveThirtyEight, Kamala Harris lidera 48%-45,4%.

Donald Trump deslocou-se a Los Angeles para uma gala privada de angariação de fundos na quinta-feira à noite.

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