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Quebra nas vendas leva a Fiat a suspender produção do carro elétrico 500 em Itália

O anúncio da suspensão da produção até 11 de outubro ocorre a meio de uma polémica com o governo de Giorgia Meloni, que acusa o fabricante de transferir a sua produção para países de baixos custos, em detrimento das fábricas italianas.
Gianluigi Buffon (Juventus) – 20 minutos
17 Setembro 2024, 07h30

A Fiat anunciou a suspensão da produção do modelo elétrico do emblemático Fiat 500, na fábrica de Mirafiori, perto de Turim, no norte da Itália.

A medida terá o prazo de um mês e foi tomada devido à baixa procura no mercado europeu, anunciou a fabricante Stellantis no final da semana passada.

“Esta medida é necessária pela falta atual de pedidos” derivada das “graves dificuldades” que enfrenta o mercado de veículos elétricos na Europa, que afetam todos os fabricantes, especialmente os europeus, disse a Stellantis.

O fabricante franco-ítalo-americano enfatizou que “está firmemente comprometido em assegurar a continuidade de todas as suas fábricas e atividades, e está a trabalhar arduamente para gerir e superar esta difícil fase de transição”.

A empresa anunciou um investimento de 100 milhões de euros para que o Fiat 500 elétrico tivesse uma “nova bateria de alta potência” e “aumentasse a sua produção”.

A Stellantis informou que planeia fabricar “a partir de 2025 ou 2026” uma nova versão híbrida do Fiat 500 na fábrica de Mirafiori.

O anúncio da suspensão da produção até 11 de outubro ocorre a meio de uma polémica com o governo de Giorgia Meloni, que acusa o fabricante de transferir a sua produção para países de baixos custos, em detrimento das fábricas italianas.

A Stellantis aumentou sua produção na Itália no ano passado em 9,6%, alcançando quase 752 mil veículos. Além disso, pressionada pelo governo, comprometeu-se a elevá-la a um milhão de unidades até 2030, uma cifra que não é alcançada desde 2017.

No entanto, após três anos de crescimento, a produção da Stellantis na Itália voltou a cair no primeiro semestre deste ano, com uma diminuição de 25,2%, totalizando 303,5 mil veículos, segundo o sindicato FIM-CISL. Excluindo os veículos comerciais, a queda nos primeiros seis meses do ano alcançou até 35,9%.

Os empregados de Mirafiori, onde também se produz o Maserati, experimentaram este ano vários períodos de desemprego temporário devido à baixa procura e ao atraso na implementação dos bónus ecológicos do governo para a compra de veículos elétricos, um sistema que não entrou em vigor até junho.

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