As economias do euro registaram esta terça-feira uma nova deterioração do sector secundário. O Purchasing Managers’ Index (PMI) do Hamburg Commercial Bank (HCOB) caiu para o seu nível mais baixo no acumulado deste ano, tendo em conta que a produção de bens euro continuou a diminuir no final do terceiro trimestre.
O índice de gestores de compras da indústria transformadora da zona euro desceu para 45 em setembro dos 45,8 registados em agosto, o que corresponde a mínimos de nove meses, enquanto as novas encomendas às fábricas e a produção caíram ao ritmo mais elevado desde dezembro de 2023. Portanto, a produção industrial nos países da moeda única está com a queda mais acentuada do ano.
“Além disso, o ritmo de contração foi o mais rápido do acumulado do ano. Os menores volumes de produção foram uma resposta ao ambiente de procura prevalecente, que se deteriorou ainda mais durante o mês de setembro”, refere o relatório do HCOB.
Segundo o HCOB, a última quebra nas novas encomendas a mais acentuada desde dezembro do ano passado e o desempenho das vendas foi também “negativamente afetado pelas condições no exterior, com os dados mais recentes do inquérito a sinalizarem uma diminuição acelerada de novos negócios provenientes do exterior”.
Espanha (53), Grécia (50,3) e Irlanda (49,4) destacam-se no pódio dos países. Por outro lado, este índice na Alemanha (40,6) está em mínimos de 12 meses e na Áustria (42,8) em mínimos de seis meses.
“É uma pena que Espanha seja apenas a quarta maior economia da zona euro. Embora tenha lidado surpreendentemente bem com a crise da indústria transformadora mundial, Espanha simplesmente não tem peso suficiente para levar consigo o resto da zona euro. O agravamento da crise industrial na Alemanha, por exemplo, é demasiado grande para que o dinamismo de Espanha em setembro faça alguma diferença”, explica o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
Cyrus de la Rubia acrescenta que, de acordo com a previsão do banco, “a produção industrial da zona euro deverá cair cerca de 1% no terceiro trimestre em comparação com o anterior”. “Com a entrada de encomendas a cair rapidamente, podemos esperar outra queda na produção até ao final do ano”, antevê a instituição financeira alemã.
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