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Quatro em cada cinco trabalhadores na Europa temem possibilidade de ‘burnout’, alerta Mercer

No dia em que se assinala o dia mundial da saúde mental, a Mercer revela dados que confirmam que a deterioração da saúde mental é um dos principais riscos dos colaboradores que as organizações enfrentam a nível europeu.
10 Outubro 2024, 12h32

Neste 10 de outubro, dia mundial da saúde mental, a Mercer, que integra o grupo Marsh McLennan, apresenta dados que revelam que quatro em cada cinco (82%) trabalhadores dizem-se preocupados com a possibilidade de um burnout. E que um em cada cinco que se sentem em risco de burnout este ano, atribui essa condição a um desalinhamento entre os seus próprios valores e os valores do seu empregador.

Os dados cruzam os estudos Global Talent Trends 2024 e People Risk 2024 e que, em conjunto, reforçam o alerta para a importância da saúde mental nas organizações.

“A crise do custo de vida e a inflação persistente colocam as preocupações financeiras como o principal fator de risco de burnout este ano. A sobrecarga por muitas ferramentas tecnológicas e o ritmo ineficaz da transformação digital são outros fatores relevantes propiciadores de burnout”, refere a Mercer.

A deterioração da saúde mental está entre os principais riscos dos colaboradores que as organizações enfrentam ao nível europeu, sendo apontada como o segundo mais grave, logo a seguir à liderança ineficaz. Não obstante, os inquiridos pela Mercer, colocam a deterioração da saúde mental na 20.º posição entre os 25 mais prováveis de ocorrer – apesar de o acesso aos serviços de saúde ter piorado desde a pandemia. “Este desequilíbrio pode resultar na falha de diagnósticos e tratamentos ou na diminuição da qualidade dos cuidados de saúde, dada a disparidade entre a gravidade e a probabilidade de ocorrência”, justifica.

Segundo a Mercer, 51% das empresas com crescimento da receita na ordem dos 10% ou mais em 2023 afirmam estar já a trabalhar para mitigar este risco, em comparação com apenas 39% dos seus pares com menor crescimento.

No plano de quem trabalha, os dados da Mercer referem que 32% dos inquiridos revelam preocupação com a insuficiência dos programas de bem-estar emocional oferecidos pelas empresas para atender à crescente necessidade de apoio e 27% estão preocupados com a incapacidade dos supervisores de lidar com problemas de saúde mental dos colaboradores nas suas organizações.

Quando questionados sobre o que esperam da sua empresa em relação à sustentabilidade, a principal prioridade dos colaboradores era oferecer benefícios mínimos de saúde e bem-estar a todos – mas apenas um terço das organizações atendeu esse pedido.

“As organizações líderes estão a reformular os benefícios de saúde não como um custo, mas como um investimento na saúde integral da força de trabalho: um em cada três executivos aumentaria os gastos com benefícios aos funcionários e iniciativas de bem-estar mesmo diante de uma crise económica. Noutra perspetiva, 46% dos funcionários abririam mão de um aumento salarial por benefícios adicionais de bem-estar, adianta a Mercer.

O estudo Global Talent Trends 2024  baseia-se na opinião de 12.200 executivos de topo, líderes de recursos humanos, colaboradores e investidores em 17 geografias e 16 setores de atividade. O relatório People Risk 2024 foi elaborado a partir de um inquérito a mais de 4.500 profissionais de risco e de recursos humanos de 26 países.

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