O recente sucesso do Sporting CP tem três rostos: o de Frederico Varandas que pegou nos “cacos” do ataque a Alcochete para transformar os “leões” num caso sério de sucesso desportivo financeiro; o de Rúben Amorim, técnico que tem robustecido o projeto desportivo de Alvalade e que no campo tem construído um plantel jovem e grande qualidade. O terceiro rosto é Hugo Viana, o parceiro “silencioso” que está entre o presidente e o treinador, a quem Varandas confiou o cargo de diretor desportivo em 2018 e que foi um dos grandes responsáveis pela chegada de Rúben Amorim a Alvalade em março de 2020. Desde que está no Sporting CP como diretor desportivo, Hugo Viana foi campeão nacional por duas vezes, venceu três Taças da Liga, uma Taça de Portugal e uma Supertaça.
O mais recatado destes três é o responsável pelas contratações e vendas do plantel do Sporting CP e essa exposição tem-lhe valido muitas críticas dos adeptos, sobretudo quando os “leões” falham algum alvo ou demoram a fechar a contratação de um jogador. Os fóruns enchem-se de comentários que ilustram as viagens de Hugo Viana na missão, quase sempre solitária, de negociar um jogador sem levantar grandes alaridos.
Na época passada, a janela de verão foi especialmente interessante nesse aspeto: Viana tinha duas missões muito difíceis com os dossiers de Viktor Gyokeres e de Morten Hjulmand. Após uma série de avanços e recuos, o diretor desportivo lá chegou a Alvalade com os nórdicos que acabaram por se sagrar campeões. Nota também para o dossier do avançado esta temporada: depois de todo o verão atrás de Ioannidis, o Sporting CP partiu para um plano B que deu que falar. O avançado dinamarquês de 19 anos, Conrad Harder, chegou a Alvalade por 19 milhões de euros.
Rúben Amorim, que custou 10 milhões aos cofres do Sporting, começou a devolver “com juros” a verba que a SAD investiu no técnico quando este era apenas um técnico promissor do Sporting de Braga. Perante as muitas dúvidas que se colocaram logo na conferência de imprensa de apresentação, o técnico respondeu com uma expressão que se tornou gíria em Alvalade: “E se corre bem?”. Entre prémios da UEFA e vendas de jogador, o saldo pós-chegada de Rúben Amorim já supera os 450 milhões de euros.
Com uma postura ‘low profile’, Hugo Viana já leva 588,7 milhões de euros em vendas desde a época 2018/19, altura em que começou a definir a política desportiva do Sporting CP. Nessa temporada, os “leões” fizeram vendas no valor de 101,8 milhões de euros e na época seguinte, a SAD conseguiu superar essa receita: 115,1 milhões. Seguiram-se duas épocas com valores mais baixos em vendas (2020/21: 51,3 milhões de euros; 2021/22: 16,6 milhões de euros) mas fruto do sucesso desportivo, o Sporting CP ganhou embalo para as duas melhores épocas em termos de alienação de passes desportivos: 139,1 milhões de euros em 2022/23 e 124,3 milhões de euros na época passada. Esta época, os verde e brancos voltaram a travar nas vendas para garantir a manutenção dos melhores jogadores: 40,5 milhões de euros.
Esta sexta-feira, Hugo Viana foi dado como certo como próximo diretor desportivo do Manchester City, de acordo com garantia do jornalista italiano Fabrizio Romano. O antigo internacional português, que chegou a jogar no Newcastle United, já era dado como um dos favoritos para suceder a Txiki Begiristain mas agora parece certo que terá sido o escolhido para desempenhar o cargo a partir da próxima época.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com