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Turquia pede à Liga Árabe que imponha embargo de armas a Israel

O presidente turco, Recep Erdogan, lidera a contestação às políticas de Israel para o Médio Oriente. E volta a referir que o seu país pode ser o próximo alvo da deriva militar do Estado hebraico.
Recep Tayyip Erdoğan, presidente Turquia
17 Outubro 2024, 07h30

O presidente turco, Recep Erdogan, reforçou a sua posição de liderança da defesa dos interesses dos palestinianos ao pedir à Liga Árabe que imponha sanções abrangentes ao envio de armas para Israel – dando assim um primeiro passo para uma decisão nesse sentido. Erdogan reuniu com o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, em Ancara, com quem discutiu desenvolvimentos globais e regionais, incluindo os ataques de Israel ao Líbano.

Segundo o gabinete do presidente, citado pelos jornais turcos, Erdogan disse ao líder da Liga Árabe que Israel está a tentar espalhar o conflito por toda a região do Médio Oriente, dando mostras de que pretende ocupar terras palestinianas, nomeadamente o norte do enclave de Gaza.

Desta forma, a Turquia continua as suas iniciativas para responsabilizar Israel pelo que consideram serem os crimes do Estado hebraico, destacando a importância de um extenso embargo de armas para aumentar a pressão sobre Telavive.

Segundo as mesmas fontes, Erdogan disse ainda a Aboul Gheit que as tensões na Síria, Líbia, Somália e Etiópia devem ser interrompidas imediatamente e que a Turquia quer paz e estabilidade nesses países. A Turquia, que critica ferozmente o que diz ser a “brutal ofensiva” de Israel em Gaza, o equivalente a um genocídio, está em alerta sobre um possível aumento regional do conflito, depois dos ataques ao Líbano e a uma prometida retaliação face ao Irão.

O presidente disse que o governo de Netanyahu pode ter como alvo seguinte a Turquia: “o governo israelita, que age de acordo com sua ilusão da ‘Terra Prometida’, voltará os seus olhos para a nossa pátria depois da Palestina e do Líbano”, disse.

Entretanto, Riyad Mansour disse ao Conselho de Segurança da ONU que o chamado ‘Plano Geral’ já está em andamento em Gaza. O enviado da Palestina às Nações Unidas chama o ataque contínuo de Israel ao norte de Gaza como “o mais recente plano do país para alcançar o que sempre foi o seu objetivo”. “Alertamos desde os primeiros dias do ataque de Israel que o seu objetivo era o deslocamento forçado do povo palestiniano e a anexação do território. O que estamos a ver no norte de Gaza é exatamente isso”, disse Mansour.

Também conhecido como o Plano do General, é uma estratégia apresentada pelo major-general israelita Giora Eliand, que pretende sitiar as poucas centenas de milhares de residentes que ainda se encontram do norte de Gaza para anexar o território.

Do seu lado, o embaixador israelita na ONU acusou Hamas de derrubar os esforços de ajuda de Israel em Gaza. Danny Danon disse na sessão do Conselho de Segurança da ONU que “a verdadeira questão é o Hamas”. “Esta organização terrorista sequestrou a ajuda, apreendendo-a para os seus próprios fins. Eles roubam, roubam e até vendem a ajuda destinada aos civis de Gaza, transformando a ajuda humanitária numa máquina de lucro”, disse.

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