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Projeto Bridge AI apresenta recomendações para Inteligência Artificial

Recomendações da Bridge AI surgem numa altura em que todas as partes do mundo discutem entre os riscos e vantagens da IA nas empresas e economias, bem como devem ser regulada para não colocar os cidadãos em perigo.
Inteligência Artificial
FILE PHOTO: AI Artificial Intelligence words are seen in this illustration taken, May 4, 2023. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
19 Outubro 2024, 16h36

O projeto Bridge AI nasceu da vontade de três jovens, António Novais e Nuno André da Unbabel e Joana Lamego da Fundação Champalimaud, e é liderado pela professora Helena Moniz da Universidade de Lisboa. Este sábado, apresentaram algumas recomendações que Portugal e os seus decisores políticos devem ter em conta na implementação da Inteligência Artificial (IA) e da regulação europeia AI Act.

 O objetivo destas recomendações, que chegam de cinco grupos de trabalho compostos por especialistas nacionais e internacionais que refletiram sobre os principais temas éticos, jurídicos, de literacia, e outros aspetos práticos da implementação da regulação, é colocar Portugal na vanguarda da regulação deste tema. O grupo dividiu o seu foco em cinco tópicos: avaliação do risco ético; ética de IA nos processos de regulamentação; implementação do AI Act; formação avançada e literacia em IA; iniciativa fora da UE.

Estas recomendações surgem numa altura em que todas as partes do mundo discutem entre os riscos e vantagens da IA nas empresas e economias, bem como devem ser regulada para não colocar os cidadãos em perigo.

Entre os principais tópicos estão a criação de “incentivos para a retenção de talento nacional com especialização ao IA”, a realização de um “inquérito nacional sobre literacia em IA” e o desenvolvimento de “programas que promovam o intercâmbio entre profissionais de várias áreas na sociedade e especialistas em IA”. No fundo, estes jovens, coordenados pelo INESC-ID, querem criar condições para Portugal continuar a criar talento e retê-lo, colocando então o país à frente dos restantes Estados-membros neste tema.

Entre as recomendações estão ainda “repensar as zonas livres tecnológicas para estarem mais alinhadas com outros modelos europeus” de forma a obedecerem a lógicas verticais e não geográficas, e também “criar red teams de IA e especialistas que testem os produtos, avaliem os seus riscos e identifiquem as principais necessidades dentro da sua organização para manter a IA segura” e proteger o utilizador final.

A conferência de apresentação dos resultados preliminares do estudo mostra ainda que todos devem ter “margem para atualizações, inclusão de novos princípios e novos riscos”, com o intuito de crescer e adaptar com a tecnologia. Deve ainda existir espaço para incluir o feedback dos utilizadores destas tecnologias.

Um dos exemplos dados é que o Guia para a Inteligência Artificial na Administração Pública deve ser “atualizado também para incluir estas dimensões que podem impactar a resiliência dos sistemas” .

O projeto pede “apoio contínuo e consistente à investigação em ciências fundamentais que estudem todas as questões tecnológicas e éticas, por forma a promover a regulamentação, a inovação ética e a inovação tecnológica”, além da promoção da formação contínua “que potencie o pensamento crítico dos cidadãos e de todas as áreas profissionais”.

Na implementação do AI Act, o Bridge AI apela a que as autoridades nacionais de supervisão de IA sejam compostas “por quadros multidisciplinares com competências especializadas em áreas como Inteligência Artificial, ciências da computação, data science, proteção de dados, cibersegurança e direto”. Estas autoridades devem dispor de “recursos financeiros, infraestruturais e técnicos adequados ao desempenho das suas funções”.

Este projeto mostrou-se ainda comprometido a criar pontes entre o mundo académico, empresarial e sector público, de forma a que estes três universos reflitam sobre as implicações do AI Act.

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