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Angola na “lista cinzenta” reduz significativamente número de investidores no IPO do BFA

João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, afirma que a inclusão de Angola na “lista cinzenta” do GAFI é um fator que preocupa e que poderá limitar o espectro de investidores no IPO do Banco de Fomento de Angola.
31 Outubro 2024, 12h59

Angola foi incluída na lista de países que mostram deficiências no combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo alvo de monitorização reforçada do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), a chamada “lista cinzenta”. Uma decisão que preocupa João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, por “reduzir significativamente” o espectro de investidores que participará na oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do Banco de Fomento de Angola (BFA).

“Já arrancámos com os grupos de trabalho” para a preparação do IPO que vai permitir ao BPI vender em bolsa 15% do capital do BFA no qual tem uma participação de 48,1%, afirmou o banqueiro na apresentação dos resultados para os primeiros nove meses do ano, estando agora a selecionar os advisors internacionais que vão apoiar neste processo.

“Estamos crentes de que haverá investidores interessados”, mas “preocupa-nos alguns acontecimentos, como a inclusão de Angola na ‘linha cinzenta’. Lamentamos que isso tivesse ocorrido, mas vamos prosseguir o nosso caminho”, disse o CEO do BPI, reforçando que o objetivo é vender a seguir o resto da participação.

Questionado como é que esta inclusão vai influenciar a operação em curso, João Pedro Oliveira e Costa explicou que o “mercado africano como um todo já é complexo na atração de investimentos para estes níveis e em setores muito regulados como é o caso da banca. Vejo com muita dificuldade apresentarem-se investidores internacionais do mesmo setor que pretendam entrar num mercado nestas situações”.

“Estar na lista cinzenta não é o mesmo que está na lista negra”, mas “claramente reduz de forma significativa o espectro de investidores”, salientou, reforçando que “é um fator que nos preocupa”.

O Governo angolano oficializou em agosto a venda de 15% do BFA através de um IPO. O BPI, outro acionista do BFA com 48,1%, vai acompanhar a Unitel com uma venda de 15% do banco angolano em bolsa.

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