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EDP Renováveis cai 11% e bolsas encerram no ‘vermelho’ com os olhos na vitória de Trump

A energéticas seguiu o sentimento geral do setor após a vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas. As perdas foram notórias não apenas em Lisboa, como nas principais bolsas europeias.
bolsa
6 Novembro 2024, 17h06

A EDP Renováveis desvalorizou mais de 11% na sessão desta quarta-feira, num dia particularmente negativo para as principais praças europeias, em linha com o sentimento que se viveu na bolsa de Lisboa.

As bolsas registaram perdas, depois de Donald Trump vencer as eleições presidenciais nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que a Wall Street está a registar máximos históricos ao nível dos principais índices.

O índice PSI tombou 3,27%, até aos 6.334 pontos, penalizado pelo grupo EDP, num dia marcado pelas perdas agressivas no setor das utilities. As ações da EDP Renováveis recuaram 11,08% para 11,24 euros, ao mesmo tempo que a EDP contraiu 7,10% e ficou-se pelos 3,321 euros.

Em simultâneo, a Mota-Engil recuou 2,52% até aos 2,476 euros, ao passo que o BCP contraiu 2,11% para 0,4461 euros por título.

Entre as praças europeias também existiram quedas, sobretudo em Espanha, já que o principal índice resvalou 2,93%. Seguiram-se descidas de 1,63% em Itália, 1,47% no índice agregado Euro Stoxx 50 e 1,09% na Alemanha. França perdeu 0,51% e o Reino Unido recuou 0,11%.

No mercado de futuros, o barril de Brent cai 0,44%, para 75,20 dólares por barril, ao mesmo tempo que o crude perde 0,15% e fica-se pelos 71,88 dólares por barril.

“As bolsas europeias inverteram otimismo matinal e encerraram com perdas relativamente expressivas, que foram mais agravadas nos índices ibéricos, condicionados pelos tombos que se registam no setor das Utilities, onde a EDPR recuou 11,1% e arrastou a EDP a uma queda de 7,1%”, assinala-se na análise do departamento de Mercados Acionistas do Millenium Investment Banking.

“No país vizinho a Iberdrola recuou 4,2% e o setor da Banca foi arrastado pela queda de 6,6% do BBVA, perante potenciais impactos negativos nos seus negócios no México perante o novo  panorama político nos EUA”, pode ler-se.

Os mesmos analistas escrevem que “à hora de fecho das praças no velho continente Wall Street seguia muito entusiasmado pela vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais, com empresas como Tesla, Intel e cotadas ligadas à Bitcoin, dadas como potencialmente beneficiárias do triunfo do candidato republicano, a dispararem, contrastando com tombos dos stocks de energia solar”, indicam.

“É natural que a subida das yields de dívida soberana norte-americanas tenha condicionado o sentimento europeu, na véspera da Fed se pronunciar sobre o futuro das taxas de juro nos EUA. Os receios de que Trump aumentará tarifas às importações quando chegar à casa Branca castigaram o setor Automóvel, com Mercedes, Volkswagen e BMW a poderem ser as mais impactadas”, escrevem ainda os analistas.

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