O Produto Interno Bruto (PIB) alemão deverá recuar 0,1% este ano e crescer 0,4% em 2025 devido à debilidade da indústria e a um consumo lento, segundo previsões apresentadas hoje pelo conselho dos chamados “cinco sábios”.
No seu relatório anual, este conselho consultivo do Governo da Alemanha em matéria económica faz um apelo a uma modernização do país, que vai realizar eleições antecipadas em fevereiro, após uma rutura na coligação governamental.
Os “cinco sábios” baixam em três e cinco décimas, respetivamente, as suas previsões de maio passado para 2024 e 2025, dado que há seis meses ainda antecipavam um crescimento de 0,2% este ano e de 0,9% para o próximo.
A economia alemã está estagnada e está a ficar atrasada em relação ao crescimento económico global, afirma o relatório, que destaca que o PIB cresceu apenas 0,1% em termos reais nos últimos cinco anos.
A produção e o valor acrescentado na indústria transformadora diminuíram no ano em curso, assim como o investimento, numa altura em que a recuperação da economia mundial não se traduz num aumento das exportações na medida habitual, explica o relatório.
Além disso, apesar de um aumento significativo dos salários reais em 2023 e 2024, as famílias só aumentaram ligeiramente o consumo, acrescenta.
“A fraqueza da indústria e a duração da fase de debilidade sugerem que a economia alemã está a ser travada por problemas estruturais e também cíclicos”, disse a presidente do conselho consultivo, Monika Schnitzer, que falou em “negligências na política e economia nos últimos anos e décadas” na Alemanha. Por isso, acrescentou, é ainda mais importante promover agora com determinação a modernização do país.
A Alemanha deve impulsionar os seus investimentos públicos em infraestruturas de transportes, na educação e na defesa, em particular reformando o “travão ao endividamento”, recomenda o conselho.
Os “sábios” sugerem que se autorize um défice público de 0,5% se a dívida permanecer abaixo de 90% do PIB, ou mesmo de 1% no caso de uma dívida inferior a 60% do PIB.
As regras constitucionais proíbem o governo de contrair empréstimos superiores a 0,35% do seu PIB por ano.
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