“Com a quarta [chávena de chá], as angústias da vida / evaporam-se pelos poros da minha pele.”
(excerto do fragmento de uma carta de agradecimento à corte pela oferta de um raro chá a Lú Tóng, famoso poeta e estudioso chinês da Dinastia Tang).
Portugal foi um dos primeiros países europeus a ter contacto com o chá, produto que seria introduzido no nosso continente pelos jesuítas em missão na China, com assinalável êxito no Reino Unido e na Rússia, como é bem conhecido – inclusivamente, em Inglaterra, o consumo de chá transformou os hábitos da sociedade que redimensionou as chávenas numa evolução das várias formas e técnicas de produção.
Em estudos recentes, é possível constatar que quase 60% da população portuguesa consome diariamente pelo menos meio litro desta reconfortante bebida, preferencialmente, em saqueta. A procura de chá em folhas representa um nicho considerável, para mais, podendo este ser enriquecido com flores, frutos ou especiarias- De facto, os mais finos blends podem incluir notas a fumo, cítricas ou minerais, entre outros delicados aromas para os olfatos mais apurados.
O ensaio de Sasha Lima, “As Sete Chávenas de Chá”, da Livros de Bordo, incide sobre as diferenças de atitude do consumo de chá na China e na Europa, estando este intrinsecamente ligado à história da porcelana e ao grande mistério, para os europeus, que envolvia o seu fabrico (Edmund de Waal conta esta história fascinante em “A Rota da Porcelana”, editado pela Sextante Editora).
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