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Banca portuguesa prepara-se para outro ano de lucros fortes, estima a DBRS

Os analistas da DBRS esperam que os bancos portugueses alcancem outro ano de lucros recorde, num período em que a margem financeira deve manter-se em níveis elevados apesar da subida dos juros.
O presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa (E), o CEO, Santander Totta, Pedro Castro e Almeida (2-E), o presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), Vítor Bento (2-D), e o presidente do Millennium BCP, Miguel Maya (D), participam na conferência “Banca do Futuro”, em Lisboa, 16 de novembro de 2022. ANDRÉ KOSTERS/LUSA
18 Novembro 2024, 09h23

Os resultados apresentados pelos bancos portugueses para os primeiros nove meses do ano mostraram que o setor mantém números sólidos, apesar da inversão da política monetária do Banco Central Europeu com impacto na margem financeira. Para a DBRS, este será mais um ano de lucros fortes para o sistema financeiro nacional.

“Os indicadores financeiros chave dos maiores bancos portugueses mantiveram-se fortes no terceiro trimestre. O produto bancário cresceu a dois dígitos ao longo dos primeiros nove meses de 2024, graças ao crescimento da margem financeira, num cenário de juros ainda elevados, e redução constante das provisões e imparidades face ao ano anterior”, escrevem os analistas da DBRS numa nota publicada esta segunda-feira.

Os lucros dos bancos alcançaram os quatro mil milhões de euros nos primeiros nove meses, acima dos 3,3 mil milhões de euros no ano anterior, num período em que a margem financeira recuou apenas ligeiramente. “A margem financeira deverá descer gradualmente com a redução dos juros, mas esperamos que esta se mantenha em níveis mais elevados em comparação com aqueles observados no período antes da subida das taxas”, referem.

Na sua perspetiva, “os lucros dos bancos portugueses vão alcançar novamente este ano novos patamares”, esperando que as “taxas de crescimento estabilizem em níveis elevados nos próximos trimestres, à medida que os juros recuam gradualmente”.

Os analistas referem ainda que, apesar da subida das taxas de juro que terminou no verão deste ano, a qualidade dos ativos dos bancos manteve-se forte, à boleia de uma redução do crédito malparado e dos empréstimos com maior risco de incumprimento. “Além disso, os lucros registados nos últimos anos e a geração interna de capital mantiveram os rácios de capital dos bancos fortes”, escrevem.

A DBRS afirma ainda que a economia nacional deverá limitar o risco do crédito e a deterioração da qualidade dos ativos. “A economia portuguesa cresceu 2,5% no ano passado, um forte desempenho em comparação com a taxa de crescimento de 0,7% na zona euro”, indicam os analistas, apontando para o pleno emprego no mercado laboral português e crescimento dos salários reais. “Estas condições favoráveis (…) limitaram o aumento dos ativos problemáticos quando o sistema [financeiro] foi confrontado com uma subida dos preços e das taxas de juro”, rematam.

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