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CEO diz que Caixabank vai trabalhar com Angola para ajudar a abrir o capital do BFA

“Um IPO depende sempre da procura, mas estamos confiantes que a entrada em bolsa do BFA vai acontecer e estamos a trabalhar com o Estado e com o BFA para que assim seja”, disse Gonzalo Gortázar. Sobre a compra do Novobanco, voltou a responder que não.
20 Novembro 2024, 07h30

Gonzalo Gortázar falava na apresentação do Plano Estratégico 2025-2027 do CaixaBank, quando foi questionado sobre a venda da participação de 48,1% do Banco de Fomento de Angola. Na resposta, o banqueiro espanhol confirmou a intenção de acompanhar o acionista maioritário, a Unitel do Estado Angolano, na entrada em bolsa, e disse que o CaixaBank iria trabalhar com o governo angolano para ajudar à Oferta Pública Inicial do capital do banco angolano.

“Um IPO depende sempre da procura, mas estamos confiantes que a entrada em bolsa do BFA vai acontecer e estamos a trabalhar com o Estado e com o BFA para que assim seja”, disse Gonzalo Gortázar.

Tal como foi revelado em notícia avançada pelo Jornal Económico em edição anterior, o Estado angolano já oficializou a venda de 15% do Banco de Fomento de Angola (BFA) através de uma Oferta Pública Inicial (IPO) em bolsa e o BPI, para evitar ficar acionista maioritário, vai acompanhar a oferta pública inicial do banco angolano, vendendo em bolsa também 15% do capital.

O CaixaBank detém uma participação indireta de 48,1% no BFA através do Banco BPI, enquanto a empresa estatal angolana de telecomunicações móveis Unitel detém os restantes 51,9%.

No início deste ano, Gortázar disse que o CaixaBank não estava interessado em manter a sua participação indireta no BFA e iria informar as autoridades locais antes de qualquer decisão de desinvestimento.

Sobre o banco português liderado por João Oliveira e Costa, Gonzalo Gortázar disse que “o BPI é um banco muito rentável, eficiente, com um crescimento em torno dos 4% e com um rácio de capital notável, pelo que pode distribuir dividendos com um pay-out que não diferirá muito do rácio do CaixaBank, mas sempre respeitando a solvência, ou seja, o rácio de capital do BPI, que é mais elevado que o do CaixaBank em Espanha, e assegurando que há capital para que o BPI siga crescendo”.

“Não há no BPI nenhum plano de reduzir a nossa plataforma (balcões)”, disse ainda Gonzalo Gortázar, que reafirmou a estratégia do BPI de continuar o crescimento orgânico.

Quando questionado sobre um eventual interesse no Novobanco, disse que “não contemplamos nenhuma forma de crescimento que não seja puramente orgânica”.

“Não vemos uma operação de criação de valor; se víssemos, movimentar-nos-íamos, mas não vemos”, disse noutra ocasião.

“Todas as tendências de crescimento nos negócios que vemos em Espanha também vemos em Portugal; as estratégias do CaixaBank e do BPI são muito parecidas”, frisou o responsável do CaixaBank.

O CaixaBank ambiciona, no Plano Estratégico, crescer em volume de negócios acima dos 4% CAGR durante os próximos três anos – depois de obter cerca de 2% no triénio que termina – aproveitando as oportunidades e os pontos fortes que tem em todos os segmentos de clientes, tanto em Espanha como em Portugal.

Sobre a ofensiva do UniCredit sobre o Commerzbank, disse: “nós mesmos realizamos uma operação de consolidação transfronteiriça em Portugal e uma aquisição muito importante em Espanha [Bankia]; pelo que não digo que outros não o possam fazer”.

Sobre outra operação de fusão bancária do momento, o CEO Gonzalo Gortázar disse que o CaixaBank não será afetado pela OPA do BBVA sobre o Sabadell, seja quem for o vencedor.

 

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