A Embaixada da China em Washington afirmou hoje que “ninguém ganha uma guerra comercial”, depois de o presidente eleito dos EUA , Donald Trump, ter prometido impor taxas alfandegárias de 10% sobre os produtos chineses assim que assumir funções.
“A cooperação económica e comercial entre a China e os EUA é mutuamente benéfica por natureza. Ninguém vai ganhar uma guerra comercial ou tarifária”, disse Liu Pengyu, porta-voz da delegação chinesa em Washington, na sua conta oficial da rede social X.
Trump anunciou na plataforma Truth que vai impor taxas adicionais de 10% sobre todos os produtos provenientes da China, até que o país asiático impeça a entrada de fentanil, um opioide sintético que causa mais de 150 mortes por consumo excessivo de droga todos os dias nos EUA.
“Tive muitas conversas com a China sobre as enormes quantidades de droga, em particular o fentanil, que estão a ser enviadas para os Estados Unidos, mas sem sucesso”, escreveu o vencedor das recentes eleições presidenciais.
“Representantes da China disseram-me que iriam impor a sua pena máxima, a pena de morte, para os traficantes de droga apanhados [a enviar fentanil para os EUA] mas, infelizmente, nunca deram seguimento ao assunto, e as drogas estão a entrar no nosso país, principalmente através do México, a níveis nunca antes vistos”, disse Trump.
Em resposta, Liu afirmou que “a ideia de que a China está deliberadamente a permitir que os precursores [químicos] do fentanil entrem nos Estados Unidos é completamente contrária aos factos e à realidade”.
O porta-voz da diplomacia chinesa sublinhou que as agências chinesas e norte-americanas de combate ao narcotráfico “retomaram as comunicações regulares” desde o encontro entre os presidentes dos dois países, Xi Jinping e Joe Biden, em São Francisco, em novembro do ano passado.
“A China notificou os EUA sobre os progressos realizados nas operações de aplicação da lei antidroga relacionadas com os EUA. A China respondeu aos pedidos dos EUA para verificar as pistas em alguns casos e tomou medidas”, acrescentou Liu.
Enquanto candidato às eleições, o magnata nova-iorquino sublinhou a intenção de salvar os empregos nos EUA, impondo taxas até 20% sobre todos os bens importados e 60% sobre os provenientes da China, o país contra o qual lançou uma guerra comercial em 2018, durante o seu primeiro mandato presidencial.
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