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Extrema-direita francesa vai aprovar moção de censura ao Governo

A União Nacional (RN, sigla em francês) vai aprovar, esta semana, a moção de censura “a menos, claro, que haja um milagre de última hora”, anunciou o presidente, Jordan Bardella, após o impasse nas discussões com o executivo sobre o orçamento.
epa11424730 French far-right Rassemblement National (RN) party President and lead MEP Jordan Bardella at the audition of candidates of legislative elections organised by French business confederation (Medef), in Paris, France, 20 June 2024. The French president announced on 09 June the dissolution of the National Assembly and called for new elections on 30 June and 07 July. EPA/Teresa Suarez
2 Dezembro 2024, 08h00

O partido de extrema-direita francês União Nacional anunciou hoje que vai votar a favor da moção de censura ao Governo do primeiro-ministro, Michel Barnier, a menos que ocorra “um milagre”.

A União Nacional (RN, sigla em francês) vai aprovar, esta semana, a moção de censura “a menos, claro, que haja um milagre de última hora”, anunciou o presidente, Jordan Bardella, após o impasse nas discussões com o executivo sobre o orçamento.

Se a esquerda e a União Nacional, o maior grupo da Assembleia, unirem os votos, o governo francês cairá, na primeira vez desde a queda do governo de Georges Pompidou em 1962. O governo de Barnier tornar-se-ia então o mais curto da história da Quinta República.

“Sim, está decidido (…) sou obrigado a anunciar hoje a moção de censura do governo”, declarou Bardella à rádio francesa RTL.

A União Nacional votará uma moção de censura, com a esquerda, para derrubar o governo, “a menos, é claro, que, por um milagre de última hora, Michel Barnier reveja a cópia até às 15:00 [hora local]. Mas tenho poucas esperanças”, disse Bardella.

A Assembleia Nacional vai votar a leitura final do orçamento da Segurança Social, resultado de um compromisso entre uma comissão de senadores e deputados. Na ausência de uma maioria, o governo deverá anunciar o recurso ao artigo 49.3 da Constituição, numa tentativa de aprovar o texto sem votação.

Tal abriria caminho para uma moção de censura, que poderá ser votada na quarta ou na quinta-feira.

Depois de ter conseguido que o Governo abandonasse o aumento dos impostos sobre a eletricidade e reduzisse a ajuda médica do Estado aos emigrantes sem documentos, o partido de Bardella exigiu novas concessões, nomeadamente no que se refere à reavaliação das pensões de reforma e à inversão da redução do reembolso de certos medicamentos.

Mas “o ministro do Orçamento, Laurent Saint-Martin, disse no domingo que o governo já não tencionava ceder”, observou Bardella.

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