A OPEP reduziu hoje pelo quinto mês consecutivo as previsões de crescimento da procura mundial de petróleo em 2024 e 2025 e reviu em baixa as estimativas do volume de barris que o mundo precisará da organização.
No relatório mensal de dezembro, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reduziu a previsão de aumento anual do consumo do “ouro negro” em 210.000 e 90.000 barris por dia, respetivamente, este ano e no próximo.
Assim, a OPEP prevê agora que, até 31 de dezembro, o mundo terá consumido uma média de 104,3 milhões de barris por dia de petróleo em todo o ano de 2024 e que consumirá mais 105,5 milhões de barris por dia em 2025.
As correções em baixa vêm juntar-se às efetuadas pela OPEP em agosto, setembro, outubro e novembro, pelo que reduziu em pouco mais de um milhão de barris por dia o nível de crescimento da procura até ao final de 2025 que tinha previsto em julho passado.
Para 2024, a revisão em baixa é de 28,4% (640.000 barris por dia) em 2024, a que se juntam outros 21,6% (400.000 barris por dia) no próximo ano.
Os peritos da OPEP explicam que, tal como em novembro, os novos números resultam da inclusão de certos ajustamentos aos dados anteriores, enquanto os relatórios anteriores tinham associado as reduções a um abrandamento da procura de combustíveis na China.
Seja como for, os cálculos da organização sediada em Viena baseiam-se numa visão otimista da evolução da economia mundial, que se mantém inalterada em cerca de 3% estimadas para este e o próximo ano.
O aumento da procura de petróleo registar-se-á, sobretudo, nas economias emergentes da Ásia e noutras zonas não integradas na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que reúne 38 países industrializados.
Do lado da oferta, o documento revê ligeiramente em alta o volume previsto da oferta rival, ou seja, a produzida pelos países que não fazem parte da aliança OPEP+, composta pelos doze parceiros da OPEP e dez “petro-estados” aliados, incluindo a Rússia.
Para este ano, a produção total de fora do grupo situa-se em 53,12 milhões de barris por dia e 54,17 milhões de barris por dia em 2024 e 2025, respetivamente, o que implica aumentos anuais de 1,23 milhões de barris por dia e 1,11 milhões de barris por dia, a serem fornecidos principalmente pelos EUA, Canadá, Brasil e Noruega.
Ao rever em baixa o consumo e em alta a oferta rival, a OPEP considera que o volume de barris que o mundo necessitará dos seus parceiros e aliados neste e no próximo ano diminuirá em 300.000 barris por dia e 400.000 barris por dia.
A OPEP prevê agora que o volume de barris que o mundo necessitará dos seus parceiros e aliados seja de 42,4 milhões de barris por dia em 2024 e 42,7 milhões de barris por dia em 2025.
Em novembro, a aliança OPEP+ (OPEP e aliados) produziu 40,6 milhões de barris por dia, mais 323.000 barris por dia do que em outubro, segundo os dados publicados no relatório baseado em “fontes secundárias”, ou seja, estimativas de institutos independentes.
O Cazaquistão e a Líbia contribuíram em primeiro lugar para esta subida, ao aumentarem as suas extrações em 202.000 e 141.000 barris por dia, respetivamente, mais do que compensando algumas reduções moderadas na produção de outros membros do grupo, como o Iraque (-45.000 barris por dia) ou a Venezuela (-20.000 barris por dia).
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