Como se esperava, o Banco Central Europeu (BCE) optou esta quinta-feira por cortar novamente os juros diretores da zona euro em 25 pontos base (p.b.), isto apesar da subida da inflação nas duas leituras mais recentes. A taxa de referência para a moeda única fica assim em 3%, tendo ainda havido lugar a atualizações das projeções macroeconómicas do banco central.
A leitura mais recente da inflação no bloco económico revelou a segunda subida consecutiva, levando o indicador de 1,7% em setembro para 2,3% em novembro. Ainda assim, esta subida havia já sido projetada por Christine Lagarde, presidente do BCE, refletindo sobretudo efeitos base desfavoráveis.
Por outro lado, a taxa subjacente manteve-se inalterada pelo segundo mês consecutivo em 2,7%, contrariando as expectativas do mercado de uma subida marginal para 2,8% e dando assim mais margem de manobra ao banco central.
Também em linha com o projetado pelos analistas, o comunicado do banco central deixa de mencionar a necessidade de “manter as taxas suficientemente restritivas pelo tempo necessário”, um sinal de uma postura menos hawkish do BCE nos próximos trimestres.
Esta política menos agressiva está interligada com a menor expectativa de crescimento para o bloco euro este ano e nos próximos, com a economia europeia num rumo frágil e anémico. O BCE aponta agora a um avanço de 0,7% no PIB este ano, ou seja, menos 0,1 pontos percentuais (p.p.) do que nas projeções de setembro, enquanto 2025 deverá trazer 1,1% de crescimento, abaixo dos 1,3% anteriormente esperados.
Para 2026, a anterior projeção de 1,5% foi cortada para 1,4%.
Também do lado da inflação houve lugar a revisões em baixa, com a expectativa para este ano cortada em 0,1 p.p., para 2,4%, caindo para 2,1% no próximo ano e 1,9% em 2026. Em setembro, o banco central apontava a 2,2% em 2025, não tendo havido alterações na projeção para 2026.
Ignorando as componentes mais voláteis da energia e bens alimentares, o indicador subjacente de preços deve ficar em 2,9% este ano, recuando para 2,3% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027. Comparando com as projeções de setembro, apenas 2026 viu um corte de 0,1 p.p..
[notícia atualizada às 13h37]
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