As incertezas no acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, que está prevista para o próximo dia 29 de março, têm colocado o mundo em permanente expetativa sobre o impacto não só nos países membros da UE como em todas as economias mundiais. Portugal não se encontra indiferente às consequências do Brexit, sobretudo quando os ingleses têm sido nas últimas décadas os principais investidores no mercado imobiliário português.
Os cidadãos ingleses sempre mantiveram um interesse especial na compra de casa em Portugal, sobretudo na região do Algarve e nem mesmo com a entrada de novas nacionalidades em busca dos Vistos Gold, a Inglaterra deixou de ser um dos principais países de origem de investimento.
Apesar de existir neste momento algum abrandamento nas decisões de compra, pela necessidade de esclarecimento oficial da saída do Reino Unido da EU, o interesse mantém-se, apenas pode-se falar numa pausa.
Christina Hippsley, diretora-geral da Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido, em entrevista exclusiva ao Diário Imobiliário, garante que depois de serem clarificados os detalhes do Brexit e as incertezas terminarem quanto aos seus moldes, “acredito que os tradicionais compradores de residencias em Portugal voltarão ao mercado. O interesse dos compradores britanicos mantém-se alto. Mais de 2.600 visitantes assistiram aos nossos shows e seminários em Portugal no Reino Unido nos últimos 18 meses. Mas muitos estão à espera para ver o resultado final das negociações do Brexit antes de prosseguir com a compra”.
A responsável adianta que a procura de imóveis em Portugal pelos britânicos com mais de 55 anos sempre foi constante, “sempre foram atraídos pela grande combinação de estilos de vida, do sol, pela grande comunidade existente de estrangeiros, pela excelente variedade de propriedades e um menor custo de vida. Nos últimos quatro anos, o aumento da procura veio dos profissionais mais jovens, que desejam comprar em Portugal por motivos de investimento ou negócios”.
De facto, Christina Hippsley revela que se nota uma nova geração de compradores mais jovens nos seminários organizados pela Câmara de Comércio Portuguesa no Reino Unido, com idades entre 30 e 55 anos, que geralmente têm seu próprio negócio. “Desejam mudar-se para Portugal por razões fiscais enquanto continuam a gerir os seus negócios, pelo que normalmente compram na área de Lisboa para estar perto do aeroporto para facilitar as viagens”, admite.
No entanto, a diretora geral salienta que o maior número de compradores de imóveis que assistem aos seminários no Reino Unido são ainda os casais entre os 50 e os 75 anos que procuram uma segunda casa em Portugal. Um interesse motivado pela vontade de se aposentarem a tempo inteiro, ou para usar como uma segunda casa onde pretendem passar vários meses por ano. “Estes compradores estão à procura de propriedades com preços entre os 400.000 e os 1 milhão de euros, muitas vezes no Algarve, mas também na área da Grande Lisboa e no norte. A maioria destes compradores são atraídos para casas de dois ou três quartos perto da praia e do campo, com espaços desportivos e restaurantes nas proximidades e boa cobertura de wi-fi”.
Sobre os receios para os investidores ingleses em Portugal depois do Brexit, Christina Hippsley, revela algumas preocupações apontadas: “A propriedade está a tornar-se mais cara devido à taxa de câmbio, à redução do acesso aos cuidados de saúde em Portugal, à burocracia extra. No entanto, ficámos impressionados com os recentes anúncios do governo português de que tomarão todas as medidas necessárias para tornar as coisas tão fáceis quanto possível para os compradores de imóveis e para os turistas britânicos após o Brexit”.
De recordar que o próximo seminário realizado pela Câmara de Comércio “Moving to Portugal”, irá decorrer no próximo dia 9 de Maio, em Londres, no Pestana Chelsea Bridge Hotel.
Lisboa é um investimento inteligente
Com todas as dúvidas para depois do Brexit, os especialistas em todo o mundo estão a antecipar um abrandamento dos mercados imobiliários de luxo em 2019, no entanto, Lisboa surge como um investimento inteligente. A capital portuguesa, encabeça a lista de muitos players imobiliários, pelo fácil caminho para residência, a sua crescente popularidade como destino turístico e o aumento substancial no valor dos imóveis, especialmente no centro da cidade.
De acordo com a publicação norte-americana Mansion Global, o abrandamento previsto pelos especialistas deve-se, a mudanças políticas como o Brexit e factores económicos como aumento das taxas de juros e actualizações do código tributário nos EUA, promulgado no início de 2018, podem encorajar investidores a terem mais cautela do que no passado, levando a menores aumentos de preços em 2019. A Mansion Global, coloca Lisboa no topo da lista de cidades emergentes para investir em imobiliário para 2019, referindo que vários analistas imobiliários apontam a capital portuguesa como uma das cidades mais promissoras para investimento em 2019.
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