Luís Montez acaba de atravessar o deserto e o céu quase lhe caiu em cima. Espantosamente, no preciso momento em que Autoridade da Concorrência aprovou a venda de 19% da Meo Arena — onde ainda mantém 30%, o que o impulsiona financeiramente para fora de água – começaram a sair notícias que o davam em terríveis e fatais apuros. O empresário da música estava feito, frito e condenado. Pena máxima, portanto. Culpado sem margem para dúvida. É enorme o contraste entre os milhões que vão entrar agora nas empresas que Montez controla lhe vão permitir regularizar o que ficou para trás nos últimos dois anos e a brutalidade da sentença mediática.
O facto de para muita gente ser “o genro de Cavaco Silva” – e não o empreendedor que trouxe centenas de músicos e de cultura a Portugal… e ainda de ser um dos pais dos festivais de verão ou inverno, sejam eles grandes, enormes ou pequenos –, parece justificar uma espantosa dose de intolerância e até de hostilidade. É impossível não ler nas notícias e nos comentários recentes devidamente embrulhados em factos e especulação, uma espécie de acerto de contas com o cavaquismo, embora a fazer tabela.
Justo, injusto?, não interessa. Se Luís Montez viu, a certa altura do seu percurso, abrirem-se portas que poderiam estar trancadas ou serem de difícil franquia, o que lhe facilitou certamente a vida, seria fatal não entender que a música sempre lhe correu no sangue e sai bombeada do coração até chegar a nós com mais ou menos ruído de fundo e estática. O pai, em Angola, fez o que ele depois escolheu como modo de vida: a música como força motriz de tudo o resto. A filha, Mariana, 28 de anos, ao contrário dos três irmãos, segue a mesma pauta agitada.
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