Deputados de todos os grupos parlamentares aplaudiram hoje, de pé, quatro jovens mulheres afegãs que estão a estudar em Portugal, mas das bancadas de esquerda chamou-se “hipócritas” aos representantes do Chega por também homenagearem as refugiadas.
No final da sessão plenária de hoje, depois de as ter recebido na Sala de Visitas do parlamento, o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, anunciou a todos os deputados que estavam nas galerias jovens mulheres afegãs que fugiram do seu país “porque acreditavam num futuro melhor”.
De imediato, os deputados levantaram-se para aplaudir vigorosamente as quatro jovens. Porém, vários deputados das bancadas da esquerda começaram a chamar “hipócritas” aos representantes do Chega, por também estarem a aplaudir de pé as jovens afegãs.
Um incidente que se seguiu a mais de duas horas de um debate muito tenso travado em plenário, que foi proposto pelo Chega, sobre regulação do acesso ao SNS (Serviço Nacional de Saúde) por estrangeiros não residentes.
Depois de ter conseguido impor o silêncio no hemiciclo, o presidente da Assembleia da República prosseguiu dizendo que aquelas jovens “tinham sido proibidas de ir à escola apenas por serem mulheres”.
As quatro estudantes afegãs chegaram a Portugal por intermédio da Setare, associação criada em 2023, sem fins lucrativos e que tem como objetivo o apoio social, através da promoção da educação de jovens provenientes de países em conflito ou onde lhes é impossível prosseguirem os seus estudos.
Entre as suas linhas de ação está a atribuição de bolsas de estudo no Ensino Superior, tendo em vista a criação de oportunidades de formação para facilitar a entrada no mercado de trabalho
A Setare, com o seu projeto Restart, pretende apoiar até 25 mulheres afegãs, entre os 18 e os 30 anos, que pretendam prosseguir os seus estudos em Portugal e integrar a vida profissional num novo país.
Na audiência com o presidente da Assembleia da República, os responsáveis desta associação revelaram que já conseguiram os vistos para Portugal de outras jovens afegãs, mas que se têm deparado com várias dificuldades para conseguirem que cheguem à Europa.
Problemas que resultam da decisão do Paquistão de encerrar fronteiras com o Afeganistão, mas também da situação interna do Irão, país que foi ponto de passagem de algumas das jovens que chegaram a Portugal.
O presidente da Assembleia da República elogiou a causa e prometeu sensibilizar autoridades públicas nacionais para facilitar a ação humanitária da Setare.
Depois, as quatro estudantes afegãs assistiram ao concerto de Natal do parlamento ao lado do presidente da Assembleia da República.
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