A bolsa nova-iorquina terminou hoje num nível próximo do equilíbrio, com a recuperação registada no início da sessão a esbater-se pelo efeito da incerteza sobre um novo aumento nas taxas das obrigações.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o seletivo Dow Jones ganhou 0,04%, o tecnológico Nasdaq caiu 0,10% e o abrangente S&P 500 caiu 0,09%.
O Dow Jones esteve a poucos pontos de terminar uma série de dez dias consecutivos de negociação no vermelho, a primeira vez em 50 anos.
O mercado de Nova Iorque aproximava-se deste dia com confiança depois de uma queda clara na véspera, na sequência da comunicação do banco central americano (Fed).
A Fed baixou a sua taxa diretora, mas planeia apenas duas reduções adicionais em 2025, enquanto até agora contava com quatro cortes.
A recuperação da bolsa, no entanto, rapidamente perdeu força.
É “uma reviravolta sem brilho”, realçou Patrick O’Hare, do Briefing.com.
Para José Torres, da Interactive Brokers, “o mercado apresenta uma tendência decrescente”.
Steve Sosnick, da Interactive Brokers, sublinhou que, embora o índice VIX, que mede o nervosismo dos investidores, tenha caído hoje depois de ter disparado no dia anterior, “continua elevado”.
Os investidores foram dissuadidos de se comprometerem mais devido a um novo aumento das taxas das obrigações.
O rendimento dos títulos do governo dos EUA subiu para 4,59%, em comparação com 4,51% no dia anterior, o primeiro em quase sete meses.
A tenacidade da inflação e a perspetiva de medidas futuras da nova administração Trump que provavelmente fortalecerão os preços aumentam ainda mais os receios sobre a persistência de um ambiente de taxas elevadas durante muito tempo.
Para Patrick O’Hare, o mercado prepara-se para um ano volátil em 2025, um contexto que poderá revelar-se desfavorável para as ações.
No curto prazo, o analista não espera que a crise orçamental que o Congresso norte-americano enfrenta afete significativamente a bolsa de Nova Iorque, que já se habituou e espera uma resolução relativamente rápida.
Donald Trump afirmou na quarta-feira a sua oposição a um acordo orçamental transpartidário que teria de ser votado antes da noite de sexta-feira, prazo a partir do qual o governo norte-americano deixaria de ser financiado, situação conhecida como ‘shutdown’.
O presidente eleito fez eco das críticas do empresário Elon Musk, a quem Donald Trump confiou a missão de examinar a despesa pública, mas também de vários responsáveis republicanos.
Responsáveis republicanos garantiram hoje, no entanto, ter chegado a um novo acordo e planearam uma votação favorável ao final do dia.
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