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12 anos de atraso: França inaugura central nuclear com custo final a ser quatro vezes maior

A central custou 13 mil milhões de euros e é a primeira a ser inaugurada em França em 25 anos.
21 Dezembro 2024, 18h00

Foi hoje inaugurada a primeira central nuclear em França nos últimos 25 anos. A central lamanville 3 vai ser operada pela estatal EDF.
O reator foi ligado em setembro e hoje foi ligado à rede elétrica. A inaguração teve lugar 12 anos depois da data inicialmente planeada, revela hoje a “Reuters”.
Custo? 13 mil milhões de euros, quatro vezes acima do orçamento inicial.
Com uma potência de 1,6 gigawatts, é a central nuclear com mais potência de França, e uma das mais potentes do mundo, a par da chinesa Taishan (1,75 gigas) e da finlandesa Olkiluoto.
A última central a ser ligada em França foi Civaux 2 em 1999. A nova central chega num momento em que o consumo de eletricidade no país está estável e vai atingir um recorde de exportação de energia este ano.
A EDF planeia construir seis novos reatores. Em 2022, o presidente Emmanuel Macron defendeu a construção destas novas centrais como parte do plano de transição energética do hexágono.
Mas há muitas dúvidas sobre o financiamento e tempos de execução dos projetos.
O Governo francês está a planear financiar estes projetos através de um empréstimo sem juros à EDF, tal como foi feito recentemente na República Checa para a central de Dukovany (1 gigawatt).

A eletricidade seria remunerada através de um preço garantido de longo prazo via contrato CfD.

Os projetos com 10 gigas de capacidade podem vir a custar quase 70 mil milhões de euros, revela a “Reuters”, citando contas do “Les Echos”, superando a estimativa inicial de 50 mil milhões.

A construção do primeiro reator deveria arrancar em 2027.

O país conta com 57 reatores em operação que foram financiados pela EDF, que foi até 2023 uma sociedade cotada, altura em que foi totalmente nacionalizada.

Com uma dívida elevada, a empresa tem tido dificuldades para financiar novos projetos. Os atrasos e orçamentos excessivos em Flamanville e em Hinkley Point no Reino Unido também não ajudam.

Outros países como a Polónia e o Reino Unido planeiam novas centrais nucleares para aumentar a sua independência energética.

No entanto, o financiamento destes grandes projetos continua a ser um problema.

No Reino Unido, o Governo promete entregar 5,5 mil milhões de libras para arrancar com a construção do projeto Sizewell C (3,2 gigas).

Já a central de Hinkley Point C está em construção e deverá custar entre 31 a 34 mil milhões de libras.

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