A dona da British Airways e da Iberia garante que vai manter o hub da TAP em Lisboa. A International Airlines Group (IAG) está interessada no processo de privatização da companhia aérea portuguesa e admite vir a estudar as condições quando for lançado.
Os críticos da compra da TAP pela IAG receiam que o facto de a Iberia integrar este grupo pode levar à perda de força do hub de Lisboa pela TAP para o de Madrid ganhar mais força.
Em resposta a estas críticas, a IAG garante que o plano da empresa é manter o centro nevrálgico da TAP na capital portuguesa, como atualmente.
“A IAG quer desenvolver a TAP e mantê-la como uma orgulhosa empresa portuguesa, como acontece com a Aer Lingus na Irlanda, a British Airways no Reino Unido ou a Iberia em Espanha. Todas as companhias do nosso grupo retêm a sua nacionalidade”, disse o administrador da IAG, Jonathan Sullivan.
“O hub é muito importante, vejam o caso do hub de Dublin”, afirmou, apontando que desde que a IAG comprou a Aer Lingus em 2015 a companhia irlandesa aumentou a sua operação.
“A nossa estratégia central é desenvolver os hubs. O hub de Lisboa é um ativo estratégico para a TAP e é um ativo estratégico para crescer”, acrescentou num encontro com jornalistas portugueses na sede da Aer Lingus em Dublin.
Entre as mais-valias da TAP, o administrador norte-americano destacou a “frota nova”, as “grandes rotas históricas” e o “hub maravilhoso”.
“Explicámos ao Governo português o que é a IAG e expressámos o nosso interesse. Dissemos que queriamos fazer um caminho para a maioria na TAP, mas com tempo”, afirmou o administrador sobre a vinda da IAG em 2024 a Lisboa para mostrar o seu interesse ao Governo português, admitindo que ainda terá de estudar as condições de privatização e quais as intenções do Governo português.
“O mais importante é a capacidade de trazer a empresa para a IAG para cooperarmos comercialmente e trabalharmos juntos. Há muitas formas diferentes: podemos fazer isso ao nível da posição minoritária”, afirmou, destacando que para colocar capital no negócio de forma rápida, e sem exigir o investimento de outros acionistas, é preferível ter uma posição maioritária.
Em termos de avaliações do valor da companhia, não quis avançar com números.
Jonathan Sullivan avançou que ainda não existem datas para o lançamento do processo e que “é bom” o Governo não estar sob pressão para vender.
Aproveitou também para deixar elogios à atual gestão da TAP: “fizeram um bom trabalho de regresso à rentabilidade após a maior crise na história da aviação”.
A IAG convidou jornalistas portugueses a Dublin para visitarem a Aer Lingus, a companhia aérea de bandeira da Irlanda, que era detida pelo governo celta e que foi comprada pela IAG em 2015 e dar um exemplo do que pretende fazer com a TAP: manter o hub e fazer crescer a operação portuguesa, se vencer o processo.
Desde então, a Aer Lingus tem vindo a crescer, fez questão de salientar Jonathan Sullivan: o número total de destinos cresceu de 61 para 67 entre 2013 e 2023; o número de lugares em rotas longas cresceu três vezes para 3,5 com o número de aviões de rotas longas a subir de sete para 23.
Os Estados Unidos são um mercado importante para a IAG, com 130 voos diários, 12 milhões de passageiros transportados para 30 destinos.
Olhando só para a Aer Lingus, em 2013 voava para quatro destinos nos EUA, número que subiu para 20 destinos este ano. A diáspora irlandesa nos EUA é um ponto importante para este crescimento, mas também o facto de grandes multinacionais norte-americanas terem as suas sedes europeias na Irlanda, com muitos trabalhadores a deslocarem-se regularmente.
A IAG conta com mais de 600 aeronaves, distribuídas por sete companhias aéreas, com 115 milhões de clientes transportadores em 2023, e um EBIT gerado de 3,5 mil milhões de euros. A empresa emprega mais de 72 mil trabalhadores em todo o mundo.
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