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DBRS prevê mercado tímido de vendas de carteiras de malparado em 2025

Os “suspeitos do costume” Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha, com mercados ativos de titularização de NPL, apresentam rácios de NPL reduzidos para 2024. Isto poderá levar ao surgimento de transacões de NPL noutras jurisdições europeias no futuro, defende a DBRS.
15 Janeiro 2025, 12h45

A agência de rating DBRS publicou uma análise ao mercado de venda de carteiras de crédito malparado (Non-Performing Loans) intitulado “Perspetivas para os NPL europeus em 2025: trabalho em curso”.

“O panorama atual dificulta o regresso das titularizações de NPL, uma vez que os volumes relevantes não existem nem são esperados em 2025”, segundo Alberto Cruces de la Rosa, Vice-Presidente da European NPL & RPL Ratings. “Os Reperforming Loan (RPL) podem ser uma solução vantajosa para muitos, tanto no mercado primário como no secundário”, acrescenta o responsável da DBRS.

Um empréstimo em recuperação (RPL) é uma hipoteca que entrou em incumprimento porque o mutuário atrasou os pagamentos durante pelo menos 90 dias, mas voltou ao estado de “em recuperação” porque o mutuário retomou os pagamentos.

Em detalhe a DBRS aponta que os volumes de transações no mercado de titularização de créditos não produtivos (NPL) na Europa estão no seu nível mais baixo. “No ano passado o mercado de titularização de NPL quase desapareceu, tendo sido anunciada apenas uma pequena nova transação com notação de rating”, revela a DBRS que acrescenta que a atividade nesta classe de ativos manteve-se, na sua maioria, centrada no mercado privado.

A agência de rating explica que, no que se refere às novas emissões, a dimensão das transações e das tranches sénior continua a diminuir todos os anos, pelo que os custos inerentes à criação de uma estrutura de titularização estão a tornar-se cada vez mais dispendiosos em termos relativos (em comparação com as vendas simples) e a funcionar como um fator dissuasor de novas atividades de transação. Apenas alguns promotores com processos e infraestruturas já estabelecidos podem tornar estas pequenas operações economicamente viáveis no mercado público, acrescenta.

A DBRS diz que “olhando para o sistema bancário da UE, o rácio médio de NPL parece estar a aumentar timidamente e esperamos que esta tendência geral de aumento se mantenha durante 2025”.

“No entanto, enquanto os rácios de NPL se mantiverem, em termos absolutos, baixos, não esperamos volumes significativos de novas transações de NPL a chegar ao mercado este ano”, acrescenta a agência.

Ao analisar a repartição por país, “observamos que a maior parte do crescimento recente dos NPL está a ocorrer em jurisdições onde as titularizações públicas de NPL são muito incomuns, como o Luxemburgo, a Áustria e a Alemanha”.

Os “suspeitos do costume” Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha, com mercados ativos de titularização de NPL, apresentam rácios de NPL reduzidos para 2024. Isto poderá levar ao surgimento de transações de NPL noutras jurisdições europeias no futuro.

Apesar dos níveis tão baixos de entradas, a história dos NPL europeus está longe de ter terminado, constata a DBRS.

“A maior parte da atividade de reestruturação está atualmente em curso e muitos participantes no mercado estão a analisar as suas carteiras para ver como podem aumentar o seu desempenho e rentabilidade. A este respeito, durante 2024, assistimos a algumas reestruturações (como a Rathlin 2021), substituições de servicer (como a Aragorn), vendas de carteiras (como a ERLS 2019-1 e 2019-2) e exercício de opções de compra (como a Retiro). Certamente, veremos mais destas situações em 2025”, defende a Morningstar DBRS.

Do lado operacional/de serviços, a redução dos volumes de NPL, juntamente com os maiores custos de financiamento, significa ainda mais pressão sobre as margens e a rentabilidade, podendo levar a uma maior consolidação de servicers.

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