Os economistas da Universidade Católica Portuguesa estão menos otimistas do que o Governo sobre o crescimento económico registado em 2024.
Apesar de a economia poder ter crescido 1% em cadeia no quarto trimestre de 2024 (2,1% face a período homólogo), o Núcleo de Estudos Económicos da Universidade Católica (NECEP) prevê que o crescimento no ano passado tenha ficado em 1,7%, abaixo dos 1,8% previstos pelo executivo no Orçamento do Estado para 2025.
Para 2025, o NECEP prevê um crescimento económico de 2,2%, tendo revista em alta em 0,4 pontos, “na sequência do crescimento elevado do final do ano passado e do associado efeito de arrastamento (carry-over) para este ano”, estando mais otimista do que o Governo (2,1%). Para 2026, esperam que se mantenha o crescimento de 2.2%.
Já a taxa de desemprego deverá ter atingido 6,7% no quarto trimestre, com a previsão a esperar uma queda para os 6,2% em 2025 e 6% em 2026.
Olhando para o futuro, os economistas da Católica destacam que os “riscos políticos mantêm-se elevados. O enfoque está agora no resultado das eleições alemãs de fevereiro e na imprevisibilidade da nova administração norte-americana que mostra fortes tendências protecionistas, podendo suscitar o desenvolvimento de novas guerras comerciais, especialmente com a Europa e China. Mantém-se um clima de grande incerteza no mundo, se bem que subsista agora alguma esperança de resolução dos principais conflitos armados, quer em Gaza, quer na Ucrânia”.
Analisando a inflação (3% em dezembro face a período homólogo, e a subjacente em 2,8%), os economistas apontam que o “processo de desinflação continua em curso e ainda não é claro que este episódio de inflação global esteja completamente resolvido, com o ano de 2024 a fechar com 2.4% em Portugal e 2.3% na zona euro, ou seja, acima da meta de 2%”.
Lá fora, a economia da zona euro “deverá ter um comportamento pior, com um ponto central do crescimento do PIB de 1.0% em 2025 e 1.3% em 2026. Mantém-se, assim, o risco de uma recessão suave, particularmente na Alemanha. Os excessos de compromissos financeiros e da
política monetária dos anos da pandemia subsistem nas economias europeia e norte-americana”.
Na política monetária, o NECEP sublinha que o ” facto mais relevante do trimestre findo foram as descidas de 0,25 pontos percentuais da Fed Funds Rate nas reuniões de novembro e dezembro, bem como as perspetivas elevadas em termos de taxas de juro de longo prazo, bem acima da meta de 2%. No caso da zona euro, para além da descida acumulada das taxas de referência também em 0,50 pontos percentuais, o BCE deixou de adquirir obrigações no âmbito dos programas especiais de compras de ativos (PEPP e APP), o que já não acontecia desde 2014.
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