A Corticeira Amorim pretende manter o dividendo nos 18,5 cêntimos por ação. O Conselho de Administração deliberou propor à Assembleia Geral de Acionistas, a ter lugar em 12 de abril de 2019, a distribuição de um dividendo bruto de 0,185 euros por ação.
Em 2018, as vendas consolidadas da Corticeira Amorim atingiram os 763,1 milhões de euros, uma subida de 8,8% face ao obtido no mesmo período do ano anterior. “Se excluirmos o efeito da variação de perímetro e o impacto da desvalorização do dólar norte-americano, as vendas teriam crescido 4,6%”, refere o grupo em comunicado. No segundo semestre de 2018, já não existiu impacto da variação de perímetro do Grupo Bourrassé (Bourrassé), que começou a ser consolidado a partir de 30 de junho de 2017.
Todas as unidades de negócios registaram crescimento de vendas, com a exceção da de Revestimentos. Em termos acumulados, a unidade de Rolhas (única onde existiu a variação de perímetro) registou um crescimento das vendas de 11,9%, a de Matérias-Primas de 19,5%, a de Aglomerados Compósitos de 3,4% e a de Isolamentos de 13,1%.
A unidade de Matérias-Primas registou vendas de 186,4 milhões de euros, um crescimento de 19,5% face ao período homólogo – as suas vendas são essencialmente para as outras unidades da Corticeira Amorim.
As vendas da unidade de Rolhas atingiram os 534 milhões, um aumento de 11,9% face ao período homólogo. “A câmbios contantes e excluindo a variação de perímetro, o crescimento das vendas seria de 5,2%. De salientar o crescimento registado em praticamente todas as geografias (com destaque para França, Itália, Espanha e Portugal) e segmentos de negócio. A implementação de medidas para atingir os objetivos estabelecidos de vendas e rentabilidade nas subsidiárias adquiridas (nomeadamente Bourrassé e Elfverson) está a decorrer conforme planeado”.
As vendas da Revestimentos cifraram-se em 112,2 Mmilhões, um decréscimo de 7,7% face ao período homólogo, mantendo a tendência registada nos primeiros nove meses do ano.
A unidade de Aglomerados Compósitos registou vendas de 102,2 milhões, um crescimento de 3,4% em relação ao ano anterior; o crescimento de vendas no segundo semestre que permitiu inverter a tendência de decréscimo que existia no primeiro semestre do ano. Excluindo o efeito cambial, a unidade apresentaria um crescimento de vendas de 5,4%, favoravelmente impactada por um aumento dos preços de venda, um mix de vendas mais favorável e pelo crescimento das quantidades vendidas.
O EBITDA consolidado foi ligeiramente superior ao ano anterior, tendo atingido os 134 milhões (133,6 milhões em 2017. O rácio EBITDA/Vendas apresentou uma diminuição relativamente ao período homólogo (de 19% para 17,6%). “A pressão sobre a margem bruta causada pelo aumento de preços da matéria-prima e o efeito da desvalorização cambial do dólar no primeiro semestre explicam grande parte desta diminuição. Para atenuar tal efeito, foram importantes os aumentos de preço, os ganhos de eficiência operacional, associados a um rigoroso controlo dos custos e a redução das imparidades”.
O EBITDA da unidade de Matérias-Primas e Rolhas atingiu os 123,6 milhões, um crescimento de 8,7% face ao ano anterior (113,7 milhões). A redução da rentabilidade das unidades não foi significativa (EBITDA/Vendas passou de 23,3% para 22,3%) num contexto de aumento do preço das matérias-primas e de desvalorização cambial do dólar. “O aumento da eficiência operacional (com contribuições positivas das operações industriais de preparação, produção de discos, granulados e rolhas) e a consolidação das empresas adquiridas, influenciaram favoravelmente o desempenho das unidades de negócio”.
Destaque na unidade de Matérias-Primas para a aquisição da Herdade da Baliza, “onde se pretende colocar em prática as medidas e as técnicas estudadas no âmbito do Projeto de Intervenção Florestal, tendo como objetivo assegurar a manutenção, preservação e valorização das florestas de sobro e, consequentemente, a produção contínua de cortiça de qualidade”.
A rentabilidade da unidade de Revestimentos foi afetada pela redução de vendas, pelo registo de imparidades de clientes e pela pressão dos preços da principal matéria-prima (cortiça). O EBITDA da unidade decresceu para 3 milhões de euros. “Foram registados gastos não recorrentes de 1,1 milhões referentes a medidas de reestruturação adicionais. Estima-se que as medidas referidas anteriormente possibilitem o regresso ao crescimento da atividade e da rentabilidade da unidade no próximo ano”.
O EBITDA da unidade de Aglomerados Compósitos ascendeu a 10,3 milhões (15 milhões em 2017), impactado pelo aumento do preço da matéria-prima e pelo efeito cambial desfavorável. Excluindo o efeito cambial, o EBITDA/Vendas atingiria 11,2% (15,2% em 2017).
O EBITDA da unidade de Isolamentos atingiu os 0,6 milhões, uma redução relativamente aos 1,7 milhões do ano anterior. O consumo de cortiça mais cara, única matéria-prima utilizada impactou a rentabilidade apresentada.
No final do ano, a dívida remunerada líquida ascendia a 139milhões (92,8 milhões em 2017). Num contexto de reduzidas taxas de juro, os encargos financeiros totais registaram um ligeiro acréscimo, resultante do aumento do endividamento médio. Este aumento deveu-se essencialmente ao valor pago pelas aquisições mais recentes (Bourrassé, Sodiliège e Elfverson) e ao acréscimo do investimento em CAPEX e fundo de maneio.
Após resultados atribuíveis aos interesses que não controlam, o resultado líquido atingiu os 77,4 milhões de euros, um aumento de 6% face aos 73 milhões registados no período equivalente do ano anterior.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com