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Acordo de 50 mil milhões vai levar eletricidade a 300 milhões de africanos

Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento defende que “África deve desenvolver-se com dignidade e orgulho”.
29 Janeiro 2025, 08h54

Um acordo de financiamento no valor total de 50 mil milhões de dólares para levar eletricidade a 300 milhões de africanos nos próximos cinco anos foi alcançado esta semana.

O ambicioso acordo foi alcançado na Cimeira Africana de Energia Mission 300 que teve lugar esta semana em Dar es Salaam, capital da Tanzânia.

O acordo foi alcançado por ministros de vários países africanos, e várias organizações públicas e privadas como o grupo Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento, a Rockefeller Foundation, Global Energy Alliance for People and Planet (GEAPP), o African Guarantee Fund, ou a Sustainable Energy for All (SEforALL), assim como outros parceiros como a União Africana, as Nações Unidas ou bancos regionais de desenvolvimento.

No total, quase 600 milhões de africanos têm falta de eletricidade, um recurso que é crítico para o desenvolvimento económico e a criação de empregos.

“Esta é uma missão crítica. A nossa missão aqui é dizer que precisamos de todos. Isto diz respeito às pessoas que não estão aqui e que devemos ouvir. Não podemos fazer negócios Mickey Mouse [pouco sérios]. Não podemos ter uma situação onde África não tem eletricidade suficiente”, disse Akinwumi Adesina, presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD).

“Temos um caminho claro para atingir os 300 milhões de pessoas. Com energia, África não vai apenas de encontro às expetativas, mas vai excedê-las, tornando-se um continente próspero e competitivo”, acrescentou durante a cimeira.

O programa Mission 300 prevê medidas “robustas” de monitorização, incluindo individualmente por país, e através do Africa Energy Regulatory Index para monitorizar o progresso.

“Trata-se de ter mais responsabilização, mais transparência e entrega enquanto África desenvolve-se com orgulho”, segundo o ex-ministro nigeriano da Agricultura. “Estamos a falar de dignidade. África deve desenvolver-se com dignidade e orgulho, e acesso a soluções para cozinhar de forma sustentável é fundamental para atingir esta meta”, afirmou, citado em comunicado pelo BAD.

O responsável destacou que um dos problemas são os métodos tradicionais de confeção de comida, recorrendo a carvão ou lenha, e que resultam na morte de 600 mil crianças e mulheres anualmente devido à exposição a fumos tóxicos.

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